Hoje, dia 2 de abril, comemoramos o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A doença não tem cura, mas existem tratamentos que podem amenizar diversos aspectos e até mesmo eliminar sintomas prejudiciais ao desenvolvimento dessas pessoas. No entanto, os mitos e informações falsas sobre essa condição são grandes desafios. É preciso buscar apoio para saber como lidar com o problema. E acima de tudo, essas pessoas precisam de carinho, respeito e muita dedicação.
Nos últimos anos, o tema Transtorno do Espectro Autista (TEA) passou a ser mais divulgado e mais pessoas tiveram a oportunidade de diagnosticar seus filhos de forma correta. Entretanto, o preconceito sobre o transtorno continua muito grande. A famosa frase “Cada criança tem seu tempo” muitas vezes atrapalha a possibilidade da intervenção precoce e o diagnóstico para o início das terapias.
"Quanto mais cedo a família busca as terapias especializadas, mesmo ainda sem diagnóstico fechado, maiores as possibilidades de avanços nos déficits encontrados", explica a neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto.
Em geral, o Autismo só é detectado após os 2 anos. Mas, será que é possível observar sinais de TEA em bebês? A especialista detalha alguns sinais que devem deixar os pais em alerta:
1 - Bebê não reage aos estímulos sonoros. Perceber visualmente os estímulos sonoros é uma condição normal nos primeiros meses de vida. Quando não há reação, esse pode ser definido como um dos sinais de autismo em bebês.
2 - Não emite contato visual quando é chamado pelo nome. O normal é que a criança atenda frequentemente, de 70% a 80% das vezes.
3 - Não possui expressões faciais. Devido ao autismo em bebês, é perceptível apenas uma expressão facial em todas as emoções do bebê.
4 - Não brinca com outras crianças e não gosta de gestos carinhosos. Há a fuga de outras crianças. Elas optam por brincar sozinhas.
5- Não conseguem e nem tentam falar. O autismo em bebês pode refletir na de emissão de sons pela criança. É normal que um bebê expresse sons como: “ada”, “ohh”, entre outros quando quer chamar a atenção de seus cuidadores.
6 - Faz movimentos repetitivos. Em bebês são os movimentos repetitivos como balançar os pés e bater a cabeça.
Como auxiliar em uma crise?
Alguns acham que pessoas com autismo, especialmente crianças, são birrentas e mal educadas. E não, isso não é verdade. “O autismo não significa mau comportamento e dizer isso, inclusive, pode ser encarado como preconceito e capacitismo.”, explica Bárbara.
Mas o que fazer nesses casos? É importante que os pais fiquem calmos e façam de tudo para deixar a pessoa com autismo segura e em um ambiente acolhedor e tranquilo, longe de estímulos sensoriais e sobrecargas emocionais até que a crise termine. A neuropsicóloga destacou dicas que podem ajudar a minimizar crises como essas.
- Dê previsibilidade à pessoa com TEA, explicando as situações que devem ser encontradas em festas, passeios, escola, casas de amigos, entre outros;
- Treine uma dessensibilização gradual antes da data, mostrando vídeos, texturas, sons;
- Use dicas visuais, explicando o que pode acontecer nos locais que vocês forem;
- Use fones de ouvido grandes de concha (aqueles que cobrem toda a orelha) para abafar o som externo. Pode-se também deixar a pessoa com TEA ouvindo música ou assistindo a um vídeo preferido;
- Retire a pessoa com TEA das aglomerações para diminuir o risco de outras variáveis que possam incomodar.
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