Hospital do Olho de Duque de CaxiasDivulgação
Polícia consegue desbaratar esquema de venda de vagas para cirurgias em Hospital de Caxias
Delegacia investiga a participação de funcionários terceirizados pela cobrança de até R$ 2 mil para fraudes em sistema de marcação de procedimentos
Duque de Caxias - A Polícia conseguiu desbaratar esquema de venda de vagas em cirurgias no Hospital Municipal do Olho Júlio Cândido de Brito de Duque de Caxias. Os responsáveis cobravam altos valores de pacientes ou familiares para antecipar os procedimentos. Um dos suspeitos chegou a ser detido e apontou um funcionário de empresa prestadora de serviços como o principal responsável pela inclusão irregular de nomes. A participação de outros terceirizados no caso de corrupção está sendo investigada pela 59ª DP (Duque de Caxias).
No último dia 24 de abril, a Direção do Hospital, após uma denúncia, acionou a Polícia Militar para efetuar a prisão de suspeito de cobrar do filho de uma paciente a quantia de R$ 2 mil para a antecipação da cirurgia dela. Nas proximidades do hospital, que fica no bairro Dr. Laureano, foi detido Fabiano da Silva Rosa, que admitiu atuar no lugar há 6 anos agilizando a realização de cirurgias com a ajuda de funcionários terceirizados. Ele contou que recebia as informações sobre os interessados na aceleração dos atendimentos e abordava as vítimas na rua ou em bares próximos ao hospital.
Fabiano foi conduzido à 59ª DP, mas sua prisão em flagrante não foi efetivada pois no caso específico a vítima não tinha realizado o pagamento. Foi também conduzido como suspeito Fernando Marinho Nascimento, que negou participação no esquema.
A delegacia instaurou inquérito para apurar os fatos e apreendeu o celular de Fabiano, que é suspeito de corrupção ativa e associação criminosa. A polícia vai pedir agora à Justiça a quebra do sigilo telemático (dados telefônicos e de internet) do suspeito para ter acesso às informações do aparelho e identificar os casos de antecipação de cirurgia e levantar todos os participantes do esquema. Também foram apreendidos documentos da unidade para auxiliar na instrução do inquérito.
Em fevereiro deste ano, a pedido do Ministério Público, a delegacia já tinha iniciado uma investigação contra Fernando. Segundo o comissário Gilson Costa, que está à frente das investigações, a Direção do Hospital desde então tem colaborado com o trabalho da polícia, que está reunindo provas dos crimes, e ouvindo diversas testemunhas.
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