Projeto em escolas de Caxias ajuda alunos com alta habilidadeDivulgação
Programa em escolas de Caxias ajuda alunos com altas habilidades
Até o momento, 112 alunos já foram identificados com essas características
Duque de Caxias - Alunos da rede municipal de Duque de Caxias que são identificados com um potencial elevado e envolvimento maior com relação às áreas do conhecimento vêm recebendo uma atenção especial, o que está rendendo frutos nos estudos e no desenvolvimento pessoal. Trata-se do Programa de Altas Habilidades ou Superdotação (AHSD), que oferece atendimento e orientação para crianças e adolescentes que demonstram elevada inteligência e criatividade. Até o momento, 112 alunos já foram identificados com essas características e o objetivo é ampliar o número através de um olhar mais apurado por parte dos professores.
Entre os estudantes que participam do programa está Letícia Ramos de Melo, de 8 anos, matriculada na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, em Imbariê. Segundo sua mãe, a técnica de enfermagem Dalina Siqueira Ramos, de 31 anos, é uma alegria para a menina participar das atividades, que ajudam a desenvolver sua criatividade. Mas até há pouco tempo, ela tinha que se deslocar para outra unidade para receber o atendimento. A boa notícia é que a própria escola passou a contar com uma sala de recursos volta para esses alunos.
“Ela ficava muito triste quando ocorria um imprevisto e não conseguia ir para a sala de recursos de altas habilidade, mas agora vai ficar muito mais fácil”, conta Dalina.
Houve festa na Carlos Drummond de Andrade no dia 26 de outubro para a inauguração da sala. A ampliação da capacidade de atendimento a esses alunos ajuda na sua identificação e no encaminhamento correto. Na escola de Imbariê, elas terão instrumentos pedagógicos voltados para desenvolver oito tipos de inteligência.
“Agora eles vão ficar mais perto de casa e da escola. Também há mais condições para os professores os identificarem e os encaminharem para o atendimento especializado”, afirma a diretora da unidade, Andrea Bolorini.
O Programa de AHSD está vinculado ao Departamento de Acessibilidade e Inclusão Educacional (DAIE) da Secretaria Municipal de Educação (SME). Além da Carlos Drummond de Andrade, as Escolas Santo Agostinho, na Mantiquira, e a Almirante Tamandaré, no Jardim Rotsen, contam com salas para enriquecimento curricular e suplementação pedagógica específicas para a superdotação. Mas outras unidades com salas de recursos estão preparadas para atender aos alunos com essas habilidades.
“Seguimos um protocolo para a identificação de alunos com altas habilidades. O primeiro passo é a percepção dos professores e até dos responsáveis. Depois, há uma avaliação. A escola nos encaminha um relatório em que são anexados trabalhos e atividades dos alunos. É feita uma entrevista, a avaliação dos trabalhos e até uma apresentação musical, por exemplo, se for o caso de alguém com talento para a música. O objetivo não é promover a segregação, mas ajuda-los no desenvolvimento de suas potencialidades”, explica Aline França, implementadora do DAIE, em conjunto com a pedagoga Daniela Mendes.
Ela destaca que os estudantes reconhecidamente superdotados continuam em suas séries normais, mas dependendo do caso pode ser mais adequado o avanço de estudos. Numa turma mais adiantada, meninos e meninas se sentem mais estimulados. Foi o caso do estudante João Gabriel Pereira Lopes, de 15 anos. Ex-aluno do CIEP 220 Yolanda Borges, na Figueira, ele conseguiu concluir o Ensino Fundamental um ano antes que o esperado ao mesmo tempo em que se preparava para a prova do Colégio Pedro II. Tirou primeiro lugar e hoje já está até fazendo iniciação científica na Fiocruz. Seu projeto é passar para Ciência da Computação na UFRJ.
“Desde pequeno na escola já falavam sobre a capacidade dele acima da média. Os professores e professoras foram fundamentais para o sucesso dele. Somos muito gratos pela atenção que ele recebeu”, afirma o pai do menino, João Lopes.
Por enquanto, um dos principais desafios do programa é dar mais visibilidade aos alunos com altas habilidades, que na maioria das vezes não são identificados. Divulgar informações sobre as características desses meninos e meninas ajuda as equipes escolares na identificação e algumas atividades têm contribuído para isso, como mostras realizadas pela secretaria para apresentar trabalhos feitos pelos alunos, entre outros eventos.
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