Por thiago.antunes

Rio - Foi divulgado ontem o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, apontando para variação positiva de 0,52% no mês de julho. Em termos práticos, significa que a alta de preços continua presente, mas que os valores em geral estão subindo com velocidade menor.

Em 12 meses, o acumulado é de 8,74%, o que é bem menos do que os mais de 10% de IPCA que tínhamos há alguns meses e, também ligeiramente inferior ao período de 12 meses fechados na medição anterior, de junho de 2016, que era de 8,84%.

Esses dados reforçam a opinião dos especialistas de que a inflação está em um processo de desaceleração lenta e gradual para os próximos meses, o que é uma boa notícia para todos nós. Mas, certamente, você deve se perguntar: como isso pode ser verdade se toda vez que vou fazer compras no supermercado me deparo com aumento de preços?

Exatamente neste ponto está a explicação da inflação de julho de 2016, em que o item Alimentação e Bebidas, respondeu, sozinho, por 65% de todo o aumento dos preços do IPCA.  Entre os vilões estão o feijão e o leite, que foram prejudicados por problemas climáticos e chegaram mais caros nas prateleiras, numa época em que normalmente ficam mais baratos.

Só o feijão já subiu 150% nos sete primeiros meses desse ano e não se encontra um saco de marca boa, de 1 kg por menos de R$ 5. Já o leite, aumentou, em média, 17% em julho, de acordo com o IBGE. Tem supermercado cobrando até R$ 5 por uma caixa de longa vida, o que é um absurdo, quando há 2 meses o preço médio era R$ 3.

A boa notícia vem da queda dos preços da cebola em 28% e da batata em 20%. O preço da energia elétrica também recuou, devido ao fim da bandeira vermelha nas contas de luz com vencimento em julho. Os especialistas dizem que a oferta de leite e feijão deve se normalizar nos próximos meses, por isso a dica para economizar é comprar pouca quantidade e procurar as ofertas, pois tudo indica que os preços destes itens cairão a partir da segunda quinzena deste mês.

Gilberto Braga é professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

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