Por thiago.antunes
Rio - Quando não é por falta de dinheiro, a alegação para não pagar os salários é um “problema no sistema”. Pelo menos dez mil pensionistas da área da Segurança Pública (Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros e Secretaria de Administração Penitenciária) não receberam os pagamentos de dezembro na última quarta-feira, conforme anunciado pelo governo do estado na semana passada.
O atraso aumentou ainda mais o desespero de muitos segurados do Rioprevidência que estão situação de penúria sem receber em dia. Com o “problema no sistema”, aproximadamente um terço do total dos pensionistas da Segurança Pública, de acordo com o próprio Fundo Único de Previdência do Estado do Rio, ficou sem ver a cor do dinheiro na quarta-feira.
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Questionado pela coluna, o Rioprevidência informou que “os pensionistas que não receberam na data prevista terão os valores creditados integralmente até amanhã (hoje)”.
O anúncio do pagamento das pensões foi feito em meio à pressão da greve das categorias da área da Segurança Pública, que reivindicam também o crédito em dia e integral dos salários para as pensionistas. A paralisação dos servidores deste segmento acabou fazendo efeito para boa parte dos segurados do Rioprevidência.
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No fim da fila
Desde o ano passado, com todo o caos nas contas do governo do estado, as pensionistas têm sido as últimas a receberem os seus salários juntamente com o restante do funcionalismo. Na semana passada, a Secretaria de Fazenda anunciou que seriam pagos um total de R$ 66,7 milhões em pensões. O que na realidade acabou não ocorrendo.
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Greve continua
Dirigentes de várias entidades que representam policiais civis informaram ontem ao chefe da corporação, delegado Carlos Augusto Leba, que a greve da categoria “continua até aceno positivo do governo para o atendimento das demandas deliberadas em assembleia”. O movimento manterá 30% de efetivo dos servidores e atendimento a serviços essenciais.
Greve de policiais civis continuaDivulgação

Papel de interlocutor

Entre os pontos reivindicados pelos policiais estão o pagamento dos salários no 5º dia útil, crédito do 13º, horas extras do segundo semestre de 2016 e premiações por metas alcançadas. Em nota, as associações informaram que Leba se comprometeu em ser interlocutor junto ao governo para encaminhar as demandas.

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Compromisso firmado

“Foi firmado compromisso entre a Chefia de Polícia e as entidades de classe para construção conjunta de propostas que busquem o fortalecimento institucional e avanços para as carreiras policiais e que possam ser apresentadas nesse momento de crise, visando reformas estruturais urgentes e de pouco impacto econômico”, diz trecho da nota.

Aberto ao diálogo

Segundo os participantes da reunião, o chefe de Polícia garantiu que respeita a paralisação, “estando sempre aberto ao diálogo, e ressaltando que a mensagem veiculada na última sexta-feira, em que havia suposta determinação para o fim do movimento, se tratou de ruído de informação, não havendo qualquer determinação para tal”.

Assinam o documento
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Assinam a nota divulgada ontem pela entidade Fábio Neira (Colpol-RJ), Denise Rivera (Aperj), Marco Antônio (Appol-RJ), Rafael Barcia (Sindelpol-RJ), Francisco Chao (Sindpol-RJ) e Dilermando Amaro (Adepol). Os representantes estiveram reunidos com o chefe de Polícia por mais de duas horas.