Por thiago.antunes

Rio - As distribuidoras de energia trabalham com um nível médio de qualidade que, em tese, atende a todos os tipos de consumidores no país. Mas já existem tecnologias, como as chamadas redes inteligentes, que permitem oferecer níveis de qualidade diferenciados, de acordo com a necessidade de cada cliente das empresas.  

Isso é bom porque hoje energia é importante para todo mundo, mas para diversas atividades econômicas significa fator crítico, desde a mineração e a siderurgia até o metrô, passando por restaurantes, hospitais e estádios de futebol. Mesmo nas residências há diferenças entre o perfil dos consumidores.

Uma interrupção no fornecimento, ainda que curta, afeta muito mais um cliente que abriga na residência uma pessoa doente ou que trabalha de casa, por exemplo, do que o consumidor comum, que usa energia de forma para necessidades mais básicas. 

No Brasil, as iniciativas de redes inteligentes na distribuição ainda são muito limitadas. Em geral, são usadas para medir o consumo a distância e permitem cortar o fornecimento em situações críticas ou nos casos de falta de pagamento.

Como a regulação não permite oferecer ou remunerar adequadamente os investimentos em tecnologia e inovação, que permitiriam a oferta de energia de melhor qualidade de acordo com o perfil do consumidor, falta incentivo para modernizar nossas redes de distribuição. 

Países como a Itália e França já estão indo para a segunda geração de redes inteligentes. Adotam soluções que permitem, por exemplo, desviar remotamente o fluxo de energia de um ponto específico quando há um curto circuito. Isso pode evitar que milhares de consumidores fiquem sem energia durante horas.

Isso porque, no estágio atual das nossas redes, equipes técnicas têm que ir ao local e, com o fornecimento interrompido para todos os clientes daquele subsistema, se esforçam para descobrir e solucionar o problema o mais rápido possível. 
Soluções como essa são um benefício para o consumidor e precisam ser incorporadas.

A regulação do sistema elétrico brasileiro deve estar atenta e procurar incentivar as inovações tecnológicas no sistema de distribuição elétrica em todo o Brasil. Reduz os custos e as falhas do sistema.

Sérgio Malta é presidente do Conselho de Energia da Firjan

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