Rio - Os trabalhadores nascidos entre setembro e dezembro que têm direito a sacar o saldo do FGTS inativo podem ser prejudicados pela crise política provocada pelas denúncias contra o presidente Michel Temer com a delação do grupo JBS.
A medida provisória que autorizou as retiradas do fundo para quem pediu demissão ou foi demitido por justa causa até dezembro de 2015 perderá a validade em 1º de junho. E se não for votada pelo Congresso neste prazo suspenderá os saques.
De acordo com a agência Estadão Conteúdo, o Palácio do Planalto e o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP) afirmou que houve acordo para votar a proposta na Câmara e no Senado antes do fim do prazo. Em campanha pela renúncia de Temer e por eleições diretas para presidente, porém, a oposição nega acordo e garante que vai obstruir a votação da MP.
“Não tem acordo sobre nada. O País está em crise. Vamos obstruir”, justificou o líder da oposição na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE).
Na Câmara, a MP do FGTS está prevista para ser votada a partir de amanhã. Hoje, a pauta como único ponto o projeto da convalidação de incentivos fiscais concedidos por estados a empresas sem autorização do Confaz, a chamada guerra fiscal. Amanhã, começa a votação de pelo menos oito MPs. A do FGTS é o quinto item da pauta, que só pode ser revertida por acordo.
Já foram liberados o dinheiro dos nascidos entre janeiro e agosto. A próxima liberação prevista será em 16 de junho, para nascidos entre setembro e novembro, e 14 de julho, em dezembro. A Caixa Econômica Federal informou que, até 16 de maio, já liberou R$ 24,4 bilhões para trabalhadores nascidos entre janeiro e agosto, 84,3% do total inicialmente previsto.