Por thiago.antunes

Rio - A inflação de maio, medida pelo IPCA, dobrou na comparação com abril, mas ficou abaixo do esperado. O próprio IBGE, que divulgou ontem o índice oficial de preços do país, alertou que a alta de 0,31% no mês passado (ante 0,14% em abril) está relacionada a fator pontual, a correção no preço da conta de luz. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 3,6%, abaixo da meta do Banco Central, de 4,5%.

O aumento de 8,98% nas contas de luz teve o maior impacto de alta IPCA, acrescentando 0,29 ponto percentual ao indicador. Com isso, o grupo Habitação avançou 2,14% no índice do mês passado, maior impacto de alta.

Embora a energia elétrica tenha sido, sozinha, responsável pela aceleração do IPCA de 0,14% em abril para 0,31% em maio, a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, destacou que essa pressão é pontual.

Apesar da tarifa de energia elétrica, a demanda fraca e a grande oferta de alimentos, na esteira da supersafra de grãos prevista para este ano, apontam para uma inflação comportada. Tanto que o grupo Alimentação e Bebidas registrou deflação de 0,35% em maio, embora no acumulado em 12 meses ainda apresente elevação de 2,36%.

“A trajetória descendente da inflação é alimentada pelos preços dos alimentos", disse a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos: “A safra imensa, com a demanda reduzida, vem dando muito pouco espaço para elevações de preços”. Em maio, os preços da “alimentação no domicílio” ficaram em média 0,56% mais baixos. 

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