Rio - As chuvas voltaram a cair, mas os níveis dos reservatórios das hidrelétricas continuam baixos. Por isso, a bandeira vermelha vai continuar acionada em novembro e a um custo muito mais alto. Se em outubro pagamos R$ 3,50 a mais a cada 100 kWh consumidos de energia elétrica, agora sacamos R$ 5. É um valor que vai pesar muito na conta de luz no fim do mês.
Temos de manter o sinal de alerta ligado em casa para evitar o desperdício e o susto na hora de receber a conta. Vários fatores contribuem para a alta da energia. O Ministério das Minas e Energia decidiu manter as usinas térmicas, movidas a gás, óleo e carvão (mais caras e poluentes) em funcionamento para permitir que os reservatórios das hidrelétricas encham e atinjam níveis menos preocupantes para a geração e distribuição de energia.
Os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste (região que concentra as maiores hidrelétricas) operam com 17,76% da capacidade. No Nordeste, as barragens estão com 5,78% do armazenamento disponível. As barragens fecharam outubro na pior situação desde 2000, início da série histórica medida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela coordenação e controle das instalações de geração e transmissão de energia elétrica do país.
Os números registrados são piores do que os verificados durante o racionamento de 2001. O governo garante, no entanto, que não há risco de falta de energia. Temos de continuar a fazer nossa parte para evitar que a crise se acentue e nos custe mais ainda. Vamos lembrar que o uso de lâmpadas de LED em toda a casa, o aproveitamento da luz natural e atenção à temperatura do ar condicionado são alguns dos cuidados que devemos tomar para economizar.
Assim como evitar deixar o computador e a TV ligados se não forem ser usados e retirar o carregador do celular da tomada se não estiver conectado ao aparelho. São pequenos cuidados que somam grande economia de luz ao fim de cada mês.
Sérgio Malta é presidente do Conselho de Energia da Firjan