Auxílio emergencial diminuiu a diferença de renda entre os mais pobres e os mais ricos, o que pode ser verificado pela redução do índice de Gini, que mede a desigualdade - Maíra Coelho / Agência O Dia
Auxílio emergencial diminuiu a diferença de renda entre os mais pobres e os mais ricos, o que pode ser verificado pela redução do índice de Gini, que mede a desigualdadeMaíra Coelho / Agência O Dia
Por Agência Brasil

Rio - Os ricos do país ganharam 36,1 vezes mais do que metade dos mais pobres. Este grupo de 1% mais rico da população brasileira, em 2017, teve rendimento médio mensal foi de R$ 27.213. O valor representa, em média, 36,1 vezes mais do que a metade dos mais pobres – cuja renda mensal foi de R$ 754. Em 2016, o grupo mais rico ganhava 36,3 vezes a média do rendimento de metade dos mais pobres.

Os dados fazem parte da pesquisa Rendimento de todas as fontes 2017, divulgada nesta quarta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Para o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, os números mostram que a desigualdade ainda é grande no país. "Ao separar a população inteira, do mais pobre ao mais rico, se você pega metade dela, verá que a média de rendimento médio dos 50% que ganham menos é de R$ 754, valor mais que 36 vezes menor do que o rendimento da população que ganha os maiores salários, e que chega a R$ 27.213. Os 10% com os maiores rendimentos chegam a deter 43% do total recebido”, afirmou.

Concentração

Na região Sudeste, a concentração de renda foi ainda maior. Lá, o grupo mais rico chegou a ter concentração 33,7 vezes superior ao rendimento médio mensal real de 50% da população com os menores rendimentos – em 2016 era de 36,3 vezes.

A região que apresentou a menor relação foi o Sul (25 vezes, em 2017 e 24,6 vezes em 2016). 

Bolsa Família

Com relação aos programas de transferência de renda do governo federal, a pesquisa constatou que o percentual das famílias brasileiras que recebiam o Bolsa Família caiu 0,6 ponto percentual entre 2016 e 2017, ao passar de 14,3% para 13,7%.

Segundo a pesquisa, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita dos domicílios que recebiam o Bolsa Família em 2017 foi de R$ 324, bem inferior ao rendimento médio mensal real domiciliar per capita dos que não recebiam, que era de R$ 1.489.

Os dados indicam que os maiores percentuais de famílias que recebiam algum tipo de benefício dos programas de transferência de renda do governo estavam localizados, no ano passado, nas regiões Norte e Nordeste, com respectivamente 25,8% e 28,4% dos domicílios.

Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC) era recebido por 3,3% dos domicílios do país, que tinham rendimento médio real domiciliar per capita de R$ 696 reais. As regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores percentuais (5,6% e 5,2%, respectivamente).

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