Os pais de André Luiz de Souza, Alamir e Arlete,não migraram de plano de saúde no tempo certo e perderam isenção por idade. - Agência O DIA
Os pais de André Luiz de Souza, Alamir e Arlete,não migraram de plano de saúde no tempo certo e perderam isenção por idade.Agência O DIA
Por MARTHA IMENES
Com a precariedade do sistema público de saúde, as pessoas - que têm como desembolsar uma graninha todo mês - não têm outra alternativa para cuidar da saúde que não seja contratar um convênio médico. As parcelas variam de R$ 103 (Amil), R$ 134 (Golden Cross), R$ 161 (Assim), R$ 173 (Bradesco) e R$ 208 (SulAmérica), segundo levantamento feito pelo DIA. É importante destacar que esses valores dizem respeito a planos coletivos por adesão ou empresariais.
São tantos anúncios e ofertas na internet e pelas ruas que o consumidor acaba ficando meio tonto e não sabe qual escolher. Para dar aquela mãozinha marota fizemos um "apanhado" de planos de saúde, para que o leitor saiba o que está contratando, e de quebra pegamos preços com operadoras tradicionais: Bradesco, Assim, Amil, Golden Cross e SulAmérica.
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Quais são os tipos de planos que o consumidor pode contratar? Hoje em dia existem planos individuais ou familiares, que podem ter coparticipação ou franquia; coletivos por adesão - que são feitos por cooperativas -; e os coletivos empresariais, que são as empresas que contratam. Embora órgãos de defesa do consumidor recomendem a contratação de plano de saúde individual, os coletivos e empresariais costumam ser mais em conta.
O economista André Luiz de Souza, de 52 anos, que o diga. Após pesquisar, o plano de saúde dos pais, Alamir e Arlete, já idosos, desembolsa 28% a menos para pagar o convênio. "Atualmente eu administro o plano de saúde dos meus pais, que já são idosos. Meu pai tem 76 anos e minha mãe 73. Por um descuido, eles não fizeram a migração que evitava a isenção no reajuste por idade, então ficou muito caro manter os planos individuais deles. Continuei na operadora, mas há três anos mudei o plano de individual para em grupo. Essa transição fez muita diferença no bolso. Antes, pagava R$5 mil para os dois. Hoje, pago R$3,6 mil", conta André Luiz.
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O plano Bradesco Saúde Rio tem foco Pequenas e Médias Empresas (PME) e é possível contratar um plano da Bradesco a partir de R$ 173,11, com coparticipação de 20%.
De acordo com a Bradesco Saúde, o plano oferece rede hospitalar de referência, com parceria do Grupo D'Or, e reembolsa consultas e procedimentos em todo o território nacional, inclusive no caso de urgência e emergência.
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Coparticipação e franquia
Em qualquer tipo de plano disponível, é possível fechar um contrato com coparticipação ou franquia. Em geral, as mensalidades ficam ainda mais baratas, porém, é preciso avaliar com cuidado o contrato porque o barato pode sair caro.
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No caso de um plano com coparticipação, a operadora cobra do cliente uma parte do valor gasto por cada procedimento. Atualmente, não há um valor de cobrança, mas as empresas costumam cobrar cerca de 30% do valor do procedimento.
Norma da ANS estabelece que a operadora pode cobrar no máximo 40% por procedimento. O valor total que pode ser cobrado por mês não pode ser superior ao valor da mensalidade. Anualmente também, o limite máximo que o cliente pode pagar é o valor das 12 mensalidades.

Valores dos planos
BRADESCO SAÚDE
No Bradesco Saúde Rio na modalidade com coparticipação de 20% em enfermaria, o beneficiário pode encontrar planos a partir de R$ 313,08, de 29 a 33 anos. De 39 a 43 esse valor vai a R$ 367,62 e de 49 a 53 anos, a R$ 526,46. Esse plano é exclusivo para moradores da cidade do Rio de Janeiro e mais 12 municípios da região metropolitana, com Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, São Gonçalo e São João de Meriti.
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AMIL
A Amil disponibiliza planos de saúde no Rio de Janeiro a partir de R$ 103,20, preço relativo ao produto Amil Fácil, para pequenas e médias empresas de 30 a 99 vidas, para a faixa etária até 18 anos, com cobertura regional e sem coparticipação.
Para quem está na faixa etária de 24 a 28 anos, o valor do plano é R$161,25, de 39 a 43 anos, R$ 204,88 e para 59 ou mais, o valor é de R$ 616,24.
GOLDEN CROSS
Na modalidade hospitalar para pessoa jurídica, no tipo Essencial 100, o plano para pessoas de 0 a 18 sai a R$ 134,46; de 39 a 43 por R$ 241,18 e de 49 a 53, R$ 490,29.
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ASSIM SAÚDE
Na Assim Saúde, é possível encontrar valores que vão de R$ 161,34 (0 a 18), na modalidade clássico, a R$ 422,62, de 39 a 43 anos. No Ideal 330, a faixa principal começa em R$ 202, 96 (0 a 18) e vaia R$ 808,50 (de 54 a 58). No Superior e Exclusivo, nas faixas de 0 a 18, estão R$ 243,53 e R$ 324.71, respectivamente. Já as que contemplam de 54 a 58 anos são R$ 970,19 e R$ 1.293,59.
SULAMÉRICA
O plano Exato, modalidade enfermaria, da operadora sai a R$ 208,09 para quem tem de 0 a 18 anos, R$ 322,54 de 24 a 28 anos. Para quem tem de 39 a 43 sai a R$ 444,37 e de 49 a 53, R$ 622,57.
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Confira as modalidades de convênios
A principal vantagem do plano individual é que esse tipo de contrato é regulado pela ANS. Isso significa que a agência é quem determina o limite máximo de reajuste da mensalidade. Para quem tem contrato com data entre maio de 2019 a abril de 2020, por exemplo, o reajuste máximo será de 7,3%.
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Outra vantagem desse plano é que as operadoras de saúde não podem romper o contrato de um plano individual, nem se o plano estiver dando prejuízo para a empresa: o compromisso é por tempo indeterminado. A desvantagem afeta o bolso: eles são mais caros do que os planos coletivos.
Os planos coletivos são em geral mais baratos do que os planos individuais, o que vem atraindo a atenção dos consumidores e fazendo desses planos os mais contratados do mercado — dos 47,3 milhões de planos no país, 38 milhões são coletivos. Sua principal vantagem é o preço mais baixo.
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No caso desses planos, a contratação é feita por uma associação ou sindicato, por exemplo, por meio de uma empresa intermediária que administra o benefício. Quem negocia o plano, portanto, é a administradora diretamente com a operadora de saúde. Neste ano, os reajustes aplicados vão de 15% a 19%.
Nos coletivos empresariais, a contratação é feita pela empresa empregadora e não pelo usuário do plano. A vantagem é que, dependendo do tamanho da empresa, a margem de negociação é maior, sendo possíveis bons descontos ou então reajustes menores.
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Assim como nos planos por adesão, as vantagens e desvantagens são as mesmas: os preços iniciais são mais baixos, mas não há limites para os reajustes.

Planos coletivos e por adesão tiveram reajuste de 20%
O aumento de planos coletivos empresariais e por adesão chega a 20%, quase o triplo do reajuste anunciado no último dia 23 de julho na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos individuais, de 7,35% — abaixo dos 10% fixados em 2018.
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Os planos coletivos representam 80% do mercado de saúde suplementar brasileiro, de 47,18 milhões de beneficiários, e não têm o reajuste regulado pela ANS, como os individuais. O aumento anual segue livre negociação.
Clientes da Qualicorp, que administra planos de 2,4 milhões de beneficiários de grandes operadoras como Amil e Bradesco, receberam neste mês boletos com reajuste de 19,98%. O índice é bem acima do IPCA, a inflação oficial do país, que fechou 2018 em 3,75%.
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De 2012 a 2018, o acúmulo dos reajustes pelas operadoras nos planos coletivos chegou a 111,72%, ao passo que o acumulado pelos planos individuais alcançou 77,29%.
"Enquanto não houver maior controle ou outros mecanismos de fiscalização por parte da ANS, os aumentos abusivos dos planos coletivos vão continuar", afirma Rafael Robba, advogado especialista em direito à saúde do escritório do Vilhena Silva.
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Segundo ele, o caminho encontrado por muitos usuários de saúde tem sido questionar judicialmente os reajustes. Com a retirada do mercado de planos individuais, os planos coletivos saltaram de 7,5 milhões de beneficiários, em 2000, para 31,6 milhões, em maio deste ano.
Por meio de nota, a ANS afirma que regula tanto os planos individuais/familiares quanto os coletivos, inclusive no que se refere ao reajuste anual. Por nota, a Qualicorp informa que a responsabilidade pela definição e aplicação do reajuste anual é exclusiva das operadoras. "Na função de administradora de benefícios de planos coletivos, a companhia busca negociar reajustes menores para os consumidores".
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Colaborou a estagiária Larissa Esposito