A diretora para a América Latina e Caribe do Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW), Claudia Arce, disse que apesar de a reunião que culminou na assinatura do Acordo de Paris, em 2015, ter contado com a participação de todos os países do mundo, e não só as nações mais desenvolvidas, “estamos muito longe de atingir os objetivos globais” descritos no documento.
Para a diretora, uma consciência climática vem crescendo na juventude alemã e na comunidade empresarial, no sentido da proteção ambiental e da transformação das tecnologias futuras.
Claudia Arce disse que a União Europeia estabeleceu metas climáticas ambiciosas, com redução de 50% das emissões até 2030. “Talvez se consiga uma descarbonização maciça da sociedade”, disse.
A diretora do KfW para América Latina e Caribe acredita que a taxonomia, processo de classificação dos investimentos que contribuem significativamente para a sustentabilidade, definido este ano pela União Europeia, e que passa a valer a partir de janeiro de 2021, poderá dar um impulso muito importante para a recuperação econômica verde.
Cadeia de fornecedores
A diretora disse que o papel tradicional dos bancos foi muito no sentido de dar créditos a empresas específicas com proteção ambiental mais evidente. Isso vai continuar mas, segundo ela, com a taxonomia, o papel de destaque vai ser o desenvolvimento do mercado financeiro verde que invista em financiamentos verdes e de proteção climática.
“É um papel novo para o KfW na América Latina e, espero, também no Brasil, com emissão de títulos verdes”.
O KfW está lançando títulos verdes com taxonomia no Peru e Colômbia e espera conversar com parceiros no Brasil sobre essas possibilidades.
Amazônia
iCS
Tanto o iCS como a Embaixada da Alemanha no Brasil acreditam que a colaboração é fundamental para o Brasil, em particular, no que não avançou tanto na questão do clima. A parceria, muitas vezes, ajuda a evitar erros, disseram os representantes das duas instituições, apontando que a agenda global em defesa do meio ambiente e do clima tem responsabilidades diferenciadas, mas comuns, e a cooperação internacional é vital para o Brasil.
BRDE
Leany disse que o banco tem em carteira mais de mil contratos e R$ 2,3 bilhões em projetos centrados na linha do desenvolvimento sustentável. Desse montante, 80% estão em energia renovável e eficiência energética e 30% estão indo para eficiência do agronegócio. Ela vê boas oportunidades também na área de infraestrutura que atenda a parte ambiental.