Condições precárias no Distrito Industrial de Santa Cruz. Cenas comuns de se ver: carros quebrados e alagamentos - Divulgação/Aedin
Condições precárias no Distrito Industrial de Santa Cruz. Cenas comuns de se ver: carros quebrados e alagamentosDivulgação/Aedin
Por MARTHA IMENES
O ano já se inicia e com expectativa de melhora no Rio: a buraqueira sem fim e o abandono nos distritos industriais da capital parecem estar, finalmente, com os dias contados. Em conversa com o jornal O DIA, o novo secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Desburocratização Chicão Bulhões contou que vai conhecer de perto as deficiências dos polos industriais da capital e adiantou que vai trabalhar com outras secretarias para dar solução às demandas dos distritos.
"Eu e minha equipe estamos nos inteirando da complexa situação econômica do município. Os distritos industriais estão no nosso radar e precisam de atenção. Vamos trabalhar em conjunto com as demais secretarias envolvidas para revitalizar a região, melhorando a vida do cidadão e o ambiente econômico da cidade", afirmou Chicão.
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O DIA desde junho do ano passado, na gestão Marcelo Crivella, tem denunciado a falta de infraestrutura nessas regiões e alertado sobre a fuga de investimentos e perda de arrecadação que isso vai ocasionar para a Prefeitura do Rio e para o estado. Confiram no vídeo https://youtu.be/mojC6CxkKjQ. A expectativa agora é de que com a nova administração o distrito seja recuperado. 
Os distritos industriais concentrados na Zona Oeste padecem com ruas esburacadas, falta de pavimentação e calçadas, pouquíssima ou nenhuma iluminação, pontos de ônibus inexistentes - inclusive o próprio coletivo desapareceu da região -, não há poda de árvore e faltam áreas de convivência urbana. Ou seja, toda infraestrutura da região que abriga indústrias que geram empregos, mesmo durante a pandemia de coronavírus, é caótica.
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A Avenida Brasil, principal via de acesso a esses polos padece com engarrafamentos e buracos. Por conta disso, escoar a produção e produtos dessas regiões - que deveria ser uma tarefa relativamente fácil -, tem se mostrado um desafio constante. Para se ter uma ideia, a região abriga 49 empresas. Sendo Campo Grande com o maior número (22), seguida de Santa Cruz, com 16; Palmares tem sete e Paciência, quatro. Segundo informações da Companhia Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), responsável por implantar os distritos, a sua manutenção é, constitucionalmente, feita pelas prefeituras dos municípios.
No polo de Santa Cruz, por exemplo, cada vez que chove é uma "emoção". A chuva cria, inclusive, verdadeiros lagos. É possível ver pássaros se banhando na água suja que fica acumulada nos grandes buracos que se formam nas ruas de barro. 
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Reivindicação por melhoria é antiga
Mais de 15 mil empregos diretos e 2,5 mil terceirizados, 14 grandes indústrias, 550 ônibus para transporte de funcionários diariamente, 800 caminhões em trânsito diário e cerca de 2 mil veículos de passeio. Some a isso R$ 260 milhões anuais desembolsados em impostos (estadual e municipal). Estes são alguns dos números do Distrito Industrial de Santa Cruz.
No polo, que deveria ter uma boa contrapartida dos entes públicos, falta iluminação adequada, calçamento e, principalmente, asfalto, as ruas têm verdadeiras crateras. Um risco para quem precisa transitar no local.
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É comum ver caminhões quebrados, ainda com as cargas que deveriam ser escoadas da região, carros de passeio com pneus e suspensão avariados pelo caminho, trabalhadores com rostos e roupas cobertos de poeira amargando a longa espera do coletivo, que sumiu do distrito.
A reivindicação por melhoria na região dos distritos industriais da capital, que abrigam 49 empresas e indústrias, é antiga. Segundo Paulo Bachur, diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga (Sindicarga) e empresário do ramo de transporte que atende empresas no distrito de Santa Cruz há mais de 20 anos, o descaso dos governos é gritante.
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"A nossa briga por um olhar especial a essa importante fonte de renda e trabalho do nosso estado é antiga e vem se agravando nos últimos 4 anos", diz Bachur.
Máquinas sumiram, buracos ficaram
Em uma das visitas que a reportagem de O DIA fez ao local, máquinas da Prefeitura do Rio surgiram logo depois, mas desapareceram na semana seguinte. Os buracos, no entanto, permaneceram.
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Após muita cobrança e inúmeras denúncias, a prefeitura começou a recapear a Avenida Átila Temporal, no Distrito de Santa Cruz, no início de outubro. Mas parou em seguida por falta de insumos e o problema não foi resolvido.
É importante destacar que as intervenções nos distritos devem abranger, além do pavimento asfáltico, recuperação da rede de drenagem, saneamento, iluminação e sinalização das vias. Sem contar em áreas de convivência urbana.
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