Comissão discutiu propostas e deve ouvir representantes dos setores produtivos do Rio. - Divugalção
Comissão discutiu propostas e deve ouvir representantes dos setores produtivos do Rio.Divugalção
Por O Dia
Rio - A Comissão de Representação da Câmara para o Desenvolvimento Econômico e Tributário do Rio, presidida pelo vereador Rafael Aloisio Freitas (Cidadania), ouviu, nesta terça-feira, os secretários municipais de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, e de Turismo, Cristiano Beraldo. Foram apresentadas as propostas das pastas para fomentar a economia, bastante afetada pela pandemia. Dentre elas, aumentar o PIB per capita da cidade em R$ 4 mil na próxima década.

Segundo Rafael, o impacto da pandemia foi muito maior na cidade do Rio de Janeiro em relação ao resto do país.

"A cidade está num ciclo vicioso que precisa, de fato, ser rompido. Já ouvimos o secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo, que trouxe a realidade da Prefeitura com as dificuldades de arrecadação e as despesas descontroladas. É preciso chamar atenção, sobretudo, de novos investidores para o Rio, criando um ambiente de negócios favorável. A cidade tem que voltar a ser referência e exercer na plenitude as suas vocações, como o Turismo. Para isso, precisamos estar devidamente alinhados e com propostas efetivas", destacou o vereador.

Para o secretário Chicão Bulhões, o Rio ainda se vende muito mal dentro da sua potencialidade. Ele destaca que a cidade tem o segundo maior PIB do Brasil, equivalente a 5% da economia brasileira e ocupa a quarta posição em PIB per capita. Entretanto, destaca que a economia da cidade é baseada em serviços, uma vez que a indústria responde por apenas 13, 5% da produção, e o setor foi bastante afetado pela pandemia.

"A economia da cidade já estava estagnada, antes da crise sanitária, no mesmo nível desde 2016. Durante a pandemia, o número de pessoas desempregadas aumentou 455 mil, atingindo 1 milhão e 300 mil trabalhadores. Considerando a geração líquida de empregos, que é a relação entre as vagas criadas e extintas, o estado do Rio de Janeiro ficou em último lugar no país e perdeu 111 mil empregos".

Bulhões pretende aumentar o PIB per capita da cidade de R$ 54 mil para R$ 58 mil nos próximos 10 anos com a implementação das mudanças planejadas pela secretaria. Entre elas, está a inclusão do licenciamento ambiental entre as atividades da pasta.

"Vamos digitalizar os licenciamentos, hoje ainda feito em papel, para ter melhorias na arrecadação da cidade e podemos dobrar os R$ 300 milhões que recebemos hoje", disse ele, que planeja ainda transformar o Fomenta Rio em InvestRio, além de elaborar um programa de microcrédito para micro e pequenas empresas e desenvolver estudos com foco no desenvolvimento econômico da cidade, com a criação do Observatório da Economia, que vai reunir dados do Instituto Pereira Passos e IBGE para traçar políticas públicas do setor.

Nos próximos 60 dias, Bulhões pretende ainda apresentar um relatório com propostas visando o aumento de arrecadação, além de minuta de regulamentação da Lei de Liberdade Econômica, plano de governança regulatória do setor produtivo, mapeamento dos principais problemas de licenciamento, dentre outras medidas.
O secretário de Turismo, Cristiano Beraldo, destacou que 100 hotéis estão fechados, sem previsão de retornarem as atividades. A proposta da pasta é mapear os pontos turísticos do Rio e realizar um trabalho conjunto com outros setores da Prefeitura, para garantir, mais que uma visita, experiência para o turista.

"O setor está cumprindo as medidas de segurança e preparado para receber o turista doméstico", afirmou Beraldo, destacando ainda a importância do turismo corporativo para a cidade, que em geral gasta três vezes mais que o de lazer.

Na primeira reunião da Comissão, no dia 21, o secretário de Fazenda e Planejamento da Prefeitura do RJ, Pedro Paulo, apresentou estudos preliminares realizados pela pasta sobre a situação fiscal do município, os desafios e as projeções para 2021. Segundo ele, a Prefeitura está sem dinheiro em caixa, com 15 folhas de pagamento para esse ano, sem verbas para investimentos e com serviços públicos sucateados. O risco fiscal da dívida pode variar de R$ 9,1 bilhões a R$ 12,6 bilhões, no pior cenário.

Na próxima semana, a Comissão deve ouvir representantes dos setores produtivos do Rio.