Usuários reclamam do aumento do preço do GNV
Usuários reclamam do aumento do preço do GNVLuciano Belford
Por O Dia
Nesta quinta-feira, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa) informou ao O DIA que, embora previsto pela Petrobras, o reajuste de 39% do Gás Natural, nas distribuidoras, foi adiado. O reajuste, que vale para quem usa gás de cozinha encanado e também para o GNV usado como combustível de automóveis, entraria em vigor no próximo sábado. No entanto, a agência reforçou que o assunto estava previsto na pauta, mas um dos conselheiros pediu vista, adiando a homologação das tabelas tarifárias, sem previsão de data para que o processo volte a julgamento. 
"A Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa) informa que o julgamento dos processos relativos à homologação das tabelas tarifárias de gás natural que não foram concluídos na Sessão Regulatória de abril, realizada nessa quarta-feira (28), incluem o reajuste da molécula mais recente anunciado pela Petrobras neste ano", disse a nota. 
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Apesar da Agenersa não ter concluído os processos relativos à homologação das tabelas tarifárias de gás natural, como foi informado na nota divulgada acima, a Naturgy, responsável pela distribuição do insumo, afirmou que o aumento vai entrar em vigor no próximo sábado.

“A Naturgy informa que, conforme previsto no contrato de concessão, irá reajustar, a partir de 1º de maio, a tarifa do GNV, em decorrência do aumento do preço de venda do gás natural praticado pela Petrobras”, diz a nota.

“A distribuidora esclarece que esse tipo de reajuste, que acontece sempre que ocorrem variações no custo de aquisição de gás natural, são custos não gerenciáveis pela distribuidora e, portanto, o aumento do preço não traz nenhum ganho para a Naturgy. O aumento da tarifa de GNV da CEG e CEG RIO será de, aproximadamente, 35%”, reforçou a empresa.

A Nota disse, ainda, que a empresa manteve contato com a Petrobras de forma independente e por meio da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), manteve interlocução com a Petrobras, encaminhando propostas de curto e médio prazo, para atenuar o repasse do reajuste ao consumidor.

“A Petrobras, no entanto, manteve o aumento de 39% no preço do gás vendido às distribuidoras”, completou o texto.

“Importante ressaltar que, apesar da pandemia da Covid 19, o serviço de distribuição de gás canalizado continua sendo prestado normalmente pela Naturgy, mesmo com o significativo aumento da inadimplência em razão da pandemia. Adicionalmente, a Naturgy suspendeu o corte e a cobrança de juros e mora por inadimplência do fornecimento de gás natural canalizado, beneficiando mais de um milhão de clientes. A medida vale para residências, pequenos comércios, microempreendedores individuais e serviços médico-hospitalares. Recentemente, a empresa iniciou uma campanha de parcelamento de dívida para quem deixou de pagar suas contas por conta da crise. Estão sendo oferecidas opções de quitação de dívidas e de parcelamento em até 12 vezes”, finalizou a nota.
Por ora, o reajuste está alinhado com a política de paridade dos preços mantida pela Petrobras, como reforçou o economista Gilberto Braga. "A troca da diretoria ainda não impactou em uma mudança no repasse dos derivados do petróleo para o consumidor brasileiro. Por isso, o gás vem subindo de maneira absurda, refletindo o comportamento do câmbio desfavorável e do preço do petróleo no mercado internacional", explicou. 
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Brasileiros sentem no bolso
Para o consumidor, o impacto vem diretamente no orçamento familiar, visto que os brasileiros não têm como ele se defender, já que os reajustes salariais não acontecem com a mesma intensidade que os insumos são impactados.
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"O petróleo afeta o preço dos combustíveis, mas a quantidade usada pela população mais pobre não sobe no mesmo ritmo. Já o gás de cozinha é imprescindível, porque o cidadão precisa dele para cozinhar. Nesse sentido não resta muita alternativa, senão pagar pelo aumento. Eventualmente, o governo pode voltar a ter uma política de ter alguma forma de subsídio, dado o impacto que o gás tem na vida e no orçamento das famílias brasileiras, afetando principalmente as pessoas de baixa renda", concluiu o economista.