Pix vai lançar modalidade para saques; crescimento da plataforma requer atenção contra fraudes
O Pix Saque e o Pix Troco prometem facilitar a vida do usuário na hora de sacar dinheiro; entenda quais cuidados tomar em meio ao crescimento dos sistemas financeiros online
Por Maria Nobre*
O sistema de pagamentos instantâneos, Pix, agora vai contar com mais duas modalidades: o Pix Saque e o Pix Troco. Lançado em novembro do ano passado pelo Banco Central (BC), o sistema já possui mais de 72.5 milhões de CPFs brasileiros cadastrados – número que vem crescendo expressivamente. A praticidade e rapidez do ‘app’ foram amplamente abraçadas pelos brasileiros, que agora poderão utilizar o sistema para movimentar dinheiro em espécie. Até o dia 9 de junho, clientes de todo o Brasil podem acessar a Consulta Pública criada pelo Banco Central para deixar sugestões de melhorias antes de seu lançamento.
Rápido e sem cobrança de taxas, o Pix funciona 24 horas por dia e tem facilitado bastante a rotina das pessoas que precisam realizar transações financeiras online e sem dificuldades. Agora, o Banco Central investe em novidades.
O Pix saque será criado exclusivamente para a retirada de dinheiro em espécie, por meio de estabelecimentos comerciais, locais especializados para ofertar o serviço de saque e instituições financeiras. Ou seja, basta buscar locais com disponibilidade para saque e realizar a transferência do valor via QR Code para o recebimento do dinheiro pelo Agente de Saque.
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Não haverá limite para a quantidade de saques, mas o Banco Central definiu um valor-máximo de R$ 500/dia por usuário. Além disso, o Agente de Saque poderá definir os valores possíveis para retirada e não será penalizado caso não tenha disponibilidade para saque.
Já o Pix troco, que poderá ser oferecido por empresas e estabelecimentos comerciais, irá permitir que o usuário possa efetuar uma compra com o pagamento via Pix e receber em espécie o valor referente ao troco.
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Para o advogado Marcelo Godke, especialista em Direito Empresarial e Societário, essa forma de transação, em tese, já existia. Agora, com a criação de uma modalidade específica para isso, a tendência é uma maior conscientização acerca das praticidades do sistema e o crescimento da plataforma.
“Em tese eu já poderia fazer isso. Se eu fui em um restaurante e a conta foi R$ 100 eu posso perguntar ‘posso te pagar R$ 150 e você me devolve R$ 50?’, eu já poderia fazer isso, mas criando uma nova modalidade cria-se uma discussão maior sobre o assunto”, afirmou.
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Atenção com as fraudes
Atualmente, segundo dados do Banco Central, mais da metade das transferências bancárias acontecem via Pix. O crescimento do uso das plataformas digitais para movimentações financeiras é uma realidade e demanda uma maior conscientização acerca de práticas enganosas e golpes no meio digital.
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Por isso, o advogado Afonso Morais explicou alguns dos golpes mais conhecidos atualmente e que devem receber maior atenção dos usuários para evitar problemas.
- Phishing Esse golpe consiste no envio de códigos de segurança ou links falsos para “pescar” os dados das vítimas que acabam clicando sem checar a origem dessa mensagem. Para Afonso, a principal forma de evitar problemas nesse sentido é “verificar mensagens nas redes sociais e SMS’s que direcionam para sites e cadastros falsos”.
- Engenharia Social no Whatsapp
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Nesse caso, o criminoso escolhe uma vítima e busca fotos e dados de redes sociais e, de alguma forma, acessa os contatos da mesma. Após isso, ele monta um novo Whatsapp e informa aos contatos que a vítima trocou de número e está precisando, por exemplo, de um depósito com urgência.
- Falsos Funcionários
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Os criminosos montam um Whatsapp se passando por alguma instituição financeira e informam à vítima que precisam confirmar dados ou realizar testes para concluir algum cadastro.
- Bug do Pix
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Criminosos compartilham em redes sociais que há uma falha eletrônica no sistema e que, ao realizar transferências a chaves específicas, é possível ganhar o dobro do valor. As chaves, nesse caso, são dos próprios criminosos.
É preciso ficar atento
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Afonso afirma que, em todos os casos envolvendo aplicativos, é preciso ter atenção já na etapa de cadastros, para evitar qualquer tipo de fraude.
“O cadastramento deve ser feito com cuidado, para não ter falsificações nessa etapa, não deixar terceiros fazerem o cadastramento, realizar sempre em agências bancárias e verificar os sites”, explicou.
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Além disso, apesar da praticidade do mundo virtual, é preciso prestar mais atenção na hora de realizar movimentações financeiras online, a fim de impedir os golpes.
“Há um grande número de transações no e-commerce, as pessoas estão se acostumando a praticidade, a rapidez das coisas. Hoje é tudo em um clique, e nesse clique a pessoa não toma cuidado. É muito boa a tecnologia, é muito rápida, mas é necessário tomar cuidado”, concluiu o especialista.