INSS cogita usar biometria para evitar abusos na contratação de empréstimo consignado
Para o presidente do Instituto, Leonardo Guimarães, esse tipo de assédio está atribuído ao vazamento de informações
Em 2020, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec) mostrou que as reclamações em relação ao crédito consignado aumentaram 179% - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Em 2020, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec) mostrou que as reclamações em relação ao crédito consignado aumentaram 179%Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Durante a audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, que discute o vazamento de informações do instituto, Guimarães afirmou que estuda “a possibilidade de utilizar tecnologia de confirmação biométrica que já é usada para a prova de vida, para que o aposentado pensionista confirme o empréstimo consignado”.
Ele admitiu, ainda, que esse tipo de assédio está, de fato, atribuído ao vazamento de informações e acrescentou que há também casos em que o assédio tem como origem as informações que já estavam à disposição de instituições depositárias em decorrência de empréstimos contraídos anteriormente.
O chefe adjunto do Departamento de Supervisão de Conduta do Banco Central, Francisco José Barbosa da Silveira, disse que o número de reclamações relativas à consignado é crescente. “Infelizmente, no quarto trimestre de 2020, detectamos um aumento expressivo no número de reclamações relativas ao consignado, decorrentes do aquecimento desse mercado a partir da liberação da margem adicional de 5% em 1º de outubro”.
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"Esse é um problema complexo. Não existe uma solução simples que resolva o problema de forma definitiva sem limitar o acesso sadio de aposentados a uma linha de crédito viável e segura. Nesse sentido, a evolução na oferta e na contratação com uso de tecnologia e na qualidade do atendimento transparente e justo aos consumidores deve continuar a ser o objetivo de todos", completou.
Na ocasião, parlamentares relataram casos em que o telemarketing de alguns bancos souberam da concessão de aposentadorias antes mesmo de os beneficiários saberem que tiveram sua aposentadoria contemplada pelo INSS. Em seguida, o presidente do Instituto reforçou que o tema vem sendo objeto de estudo e de trabalho pelo INSS.
“Sou servidor da Câmara e também recebo assédio de pedidos de consignados quase que diariamente. Em geral, isso é feito por correspondentes bancários, e é algo que ainda ocorre em larga escala”, concluiu.
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