Apenas pouco mais de 57 mil unidades consumidoras no brasil aderiram à tarifa brancaImagem Internet

Rio - Apesar da tarifa branca estar disponível para brasileiros que consomem energia desde 2018, poucos conhecem os benefícios e riscos desta modalidade. Segundo dados da Agência Nacional da Energia Elétrica (Aneel), das 75 milhões de unidades consumidoras que estariam aptas, apenas pouco mais de 57 mil aderem à esse tipo de cobrança. Em resumo, a tarifa branca permite com que o usuário pague pela energia de forma diferente, com a variação do preço cobrado pelo consumo de luz de acordo com o período do dia.
As tarifas em são da classe residencial e os valores considerados são os atualmente homologados pela Aneel sem incidência de impostos como ICMS. No horário fora de ponta, a tarifa branca é 0,88 vezes o valor da tarifa convencional, no horário intermediário a tarifa branca é 1,22 vezes mais cara do que a convencional e no horário de ponta a tarifa branca é 1,83 vezes mais cara do que a tarifa convencional. Aos sábados, domingos e feriados nacionais todos os horários são fora de ponta.
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Conforme informado pela Light, no Município do Rio, os horários funcionam da seguinte forma: das 22h30 às 17h30 do dia seguinte é considerado período fora de ponta, das 20h30 às 22h30 horário intermediário e das 17h30 às 20h30 período de ponta.
"A tarifa branca é uma forma diferente da convencional de se pagar pela energia elétrica. O preço pago pela energia varia ao longo do dia de acordo com os períodos ponta (valor mais caro) intermediário (valor intermediário entre a ponta e o fora de ponta) e o fora de ponta (valor mais barato). Nos fins de semana e feriados os valores são sempre os da tarifa fora de ponta", explicou a especialista em Infraestrutura da Firjan, Tatiana Lauria.
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"Essa tarifa reflete o uso da rede de distribuição de energia elétrica de acordo com o horário de consumo. Assim, quando o consumidor centraliza seu consumo no período fora de ponta, pode reduzir seus gastos com energia elétrica e, ao mesmo tempo, melhorar o fator de utilização das redes – o que reduz ou posterga investimentos. Se o consumidor adotar hábitos que priorizem o uso da energia fora do período de ponta, diminuindo fortemente o consumo neste horário e no intermediário, a opção pela tarifa branca oferece a oportunidade de reduzir o valor pago pela energia consumida", acrescentou Tiago Sayão, economista e professor do Ibmec RJ.
Quando é interessante solicitar?
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Podem solicitar a tarifa branca as unidades consumidoras chamadas de grupo b, fazem parte os consumidores residências, rurais e os pequenas indústrias, comércios e serviços. No entanto, antes de solicitar a mudança, é importante que uma análise de consumo seja feita, conforme orientam os especialistas.
"Para poder ter os benefícios da tarifa branca é importante que o consumidor residencial verifique se pode modificar seus hábitos de consumo. É interessante também que os consumidores busquem comparar como ficaria sua conta de energia nos dois casos. O site da Aneel e de algumas distribuidoras disponibilizam simuladores de hábito de consumo", orientou Tatiana.
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Segundo Sayão, é importante que o consumidor também observe seus hábitos pessoais: "Para os consumidores residenciais, os aparelhos elétricos que mais contribuem com o consumo de energia no período de ponta são o chuveiro elétrico e os equipamentos de condicionamento ambiental, tais como ar-condicionado e aquecedores. Por apresentarem um elevado consumo de energia, em comparação com os demais equipamentos, a possibilidade de utilizá-los nos períodos de fora de ponta será fundamental para definir se a adesão à tarifa branca pode ser vantajosa para o consumidor". 
Fique atento a furadas
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Em alguns casos, a tarifa branca pode causa prejuízo, já que fora do horário fora de ponta, o custo pela energia acaba ficando mais alto nesta modalidade, conforme ponderou a especialista em Infraestrutura da Firjan, Tatiana Lauria.
"O consumidor que optar pela tarifa branca mas continuar com o perfil de consumo da modalidade tradicional terá aumentos consideráveis na conta de energia. Um pequeno consumidor industrial que aderir à tarifa branca poderá ter uma redução de cerca de 12% no custo da energia consumida no horário fora de ponta. Por outro lado, se ele continuar consumir no momento de pico, seu custo nesse momento poderá ter em média um aumento de 87%". 
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"A tarifa branca não é recomendada se o consumo for maior nos períodos de ponta e intermediário e não houver possibilidade de transferência do uso dessa energia elétrica para o período fora de ponta. Nesses casos, a tarifa branca pode resultar em uma conta maior: nessa situação, é mais vantajoso continuar na tarifa convencional", finalizou o economista e professor do Ibmec RJ  Tiago Sayão.