Valor total das dívidas dos inadimplentes estava em R$ 245,9 bilhões no mês de junhoMarcello Casal Jr/Agência Brasil

Rio - Apesar do país ter registrado queda no número de inadimplentes pelo segundo mês seguido, o valor total (R$ 245,9 bilhões) das dívidas dos brasileiros endividados apresentou, em junho, uma média de R$ 3.934,38 por pessoa e R$ 1.163,52 por dívida. Isso significa que o preço médio dos débitos ultrapassa três vezes o salário mínimo, hoje, em R$ 1.100. Os dados são da segunda edição do "Mapa Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil", estudo mensal divulgado pela Serasa sobre o cenário de endividamento no país.
De acordo com a pesquisa, quando comparado ao ano anterior, houve uma redução de 3% na quantidade de inadimplentes em junho. Ainda conforme o levantamento, o Brasil contabilizou, no mês retrasado, cerca de 62,51 milhões de endividados, o que corresponde à retração de 0,8% em relação a maio de 2021. 
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Em relação aos segmentos, as despesas pendentes estão relacionadas principalmente com banco/cartão, varejo e utilities, este último com destaque para o aumento comparado ao último mês. Já no recorte regional, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais permanecem como os estados onde há mais devedores, mas também são os lugares com maior concentração de dívidas negociadas no Serasa Limpa Nome. Ao todo, mais de R$ 3 bilhões foram concedidos em descontos nos acordos realizados em junho.
Segundo Nathalia Dirani, gerente de marketing da Serasa, o objetivo da empresa é tornar a vida financeira dos brasileiros cada vez mais saudável. Ela avalia que, para isso, é essencial entender como está o momento atual dos consumidores e do mercado. "Em junho, por exemplo, o nosso estudo apontou que as dívidas no segmento de utilities apresentaram um dos maiores crescimentos em representatividade dos últimos 12 meses".
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Ela acrescenta: "Outro dado interessante que percebemos no levantamento, é que quando analisamos os perfis dos inadimplentes no Brasil, a divisão entre gêneros é praticamente igual entre mulheres (50,1%) e homens (49,9%), mas esse número não se mantém entre aqueles que fecharam algum acordo para a negociação de dívidas em junho, quando mais mulheres pagaram suas dívidas (54%)".