Em 2020, a população ocupada e não afastada era de 74 milhões de pessoas no Brasil, sendo que 8,2 milhões, ou seja, 11% trabalharam remotamenteReprodução/Pexels
O estudo mostrou que, no tocante à diferença (em pontos percentuais) entre o percentual de pessoas em trabalho remoto de cada unidade federativa e a média Brasil, apenas três estados e o Distrito Federal apresentaram resultados acima dessa média nacional: DF (12,6%), Rio de Janeiro (7,7%), São Paulo (4,9 %) e Paraíba (1,1%). Em contrapartida, Pará (-7,5%), Mato Grosso (-6,45%) e Maranhão (-6,1%) foram os estados com mais de 6 pontos percentuais abaixo da média nacional, apresentando os menores percentuais.
No que diz respeito ao perfil de quem esteve em teletrabalho em 2020, para todas as unidades da federação, observou-se um percentual maior de mulheres, pessoas declaradas brancas e com escolaridade de nível superior completo, no conjunto de pessoas em teletrabalho, relativamente aos respectivos percentuais no total de pessoas ocupadas e não afastadas. No entanto, o resultado é heterogêneo, a depender do estado, nos quesitos faixa etária (com maioria entre 20 e 49 anos), atividade do trabalhador e serviço público. Em relação ao gênero, apesar da maioria das pessoas ocupadas e não afastadas ser do sexo masculino, a maior parte especificamente em teletrabalho é composta por mulheres.
"Há uma grande heterogeneidade do trabalhador remoto entre os estados brasileiros, o que pode ser reflexo das diferenças estruturais profundas nas economias e nos mercados de trabalho locais", avaliou o pesquisador do Ipea Geraldo Góes, que redigiu a nota em coautoria com Felipe Martins e José Antônio Sena Nascimento. Em julho deste ano, eles apresentaram um estudo com dados gerais sobre o trabalho remoto no país, que agora foi estendido com maior detalhamento nas unidades federativas.
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