Congresso Nacional Divulgação/Câmara dos Deputados/Pablo Valadares

Brasília - A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira, 27, mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 para destinar recursos do Imposto de Renda (IR) na compensação da criação do Auxílio Brasil, novo programa do governo de transferência de renda que vai substituir o Bolsa Família. A reforma no IR já foi aprovada pela Câmara dos Deputados. No entanto, ainda aguarda para avançar no Senado.
O projeto autoriza o uso de propostas legislativas em tramitação como fonte de compensação para criação ou aumento de despesa obrigatória para programas de transferência de renda. A intenção do governo é usar a arrecadação proveniente das mudanças no IR para bancar o Auxílio Brasil. 
Em contrapartida, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) acusou o PLN 12 de promover uma pedalada fiscal ao reservar recursos para o Auxílio Brasil a partir da reforma do Imposto de Renda (PL 2337/21), que ainda não foi aprovada pelo Congresso. "Imagine se aprovamos este PLN e o projeto do Imposto de Renda não for aprovado. Será um vexame para o Congresso Nacional", disse.
O texto aprovado é o substitutivo do deputado Juscelino Filho (DEM-MA) ao PLN 12/21, do Poder Executivo. Juscelino Filho, que também é relator da LDO 2022, suprimiu dispositivo que impedia a transferência de recursos para municípios de até 50 mil habitantes que estejam inadimplentes. O Congresso já havia derrubado neste ano veto com este mesmo objetivo.

Em outra mudança introduzida por Juscelino Filho, o substitutivo permite o reajuste de obras paralisadas com pelo menos 30% de execução. "Sabemos das milhares de creches que não foram concluídas, mas não podem receber mais recursos", argumentou Juscelino Filho. "Hoje, depois da pandemia, o preço do saco de cimento, do tijolo e do ferro é muito maior do que quando as obras foram iniciadas", afirmou o deputado.

Juscelino considera o projeto extremamente importante por causa da expectativa da sociedade com o Auxílio Brasil. "A reforma do Imposto de Renda já foi votada pela Câmara e será em breve pelo Senado. A PEC dos Precatórios deve ter tramitação acelerada para abrir espaço fiscal para o auxílio chegar e diminuir a dor das famílias que vivem na pobreza", concluiu.
O deputado Claudio Cajado (PP-BA) ponderou que o projeto de lei orçamentária deste ano foi votado apenas em março e sancionado em abril. "Isto trouxe uma série de transtornos para a normalidade de várias comissões", justificou. "Os PLNs dão margem para que o governo faça os ajustes necessários e o Congresso tenha recursos para votar os outros PLNs." Cajado insistiu que a votação é uma exceção e a Comissão Mista de Orçamento já marcou reunião para votar outros PLNs.
*Com informações da Agência Câmara de Notícias e Estadão.