O governo federal conseguiu liminares na Justiça contra bloqueios de rodovias, refinarias e portosReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Greve dos caminhoneiros começa nesta segunda com baixa adesão e sem bloqueios em estradas
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, houve tentativas de bloqueios em diversas estradas no Brasil, mas todas foram dispersadas pela Polícia Rodoviária Federal
Rio - Previsto para esta segunda-feira, 1, o dia da greve dos caminhoneiros chegou e, diferentemente da expectativa, a adesão da categoria se mostrou baixa nas primeiras horas do dia. Até o momento não há bloqueios em nenhuma estrada brasileira. De acordo com líderes da categoria, as decisões judiciais que o governo federal conseguiu nos últimos dias, inibiram o fechamento de estradas, mas apesar da baixa adesão, eles garantem que a paralisação está acontecendo.
Segundo informações do Ministério da Infraestrutura, houve tentativas de bloqueios às margens da Via Dutra, na altura de Barra Mansa e às margens da BR-153, na região de Goiânia foram dispersadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Mais cedo houve concentração na BR-101, na região de Rio Bonito, mas também houve dispersão. As três tentativas de bloqueios não tiveram grande adesão.
A possibilidade de paralisação dos caminhoneiros gerou um receio por parte da população sobre uma chance de problemas de abastecimento em diversos setores, similares aos que ocorreram em 2018. Mas a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), por meio de nota, afirmou que vem monitorando a movimentação de caminhoneiros e que até o momento não há qualquer tipo de impacto no abastecimento nos mais de 2.500 supermercados associados do estado.
Durante a madrugada desta segunda, alguns caminhoneiros tentaram bloquear as estradas que dão acesso ao Porto de Santos (SP), mas a PRF dispersou o movimento ao apresentar a liminar da Justiça da juíza federal substituta Marina Sabino Coutinho, da 1ª Vara de São Vicente que impede que motoristas sejam abordados.
Nessa decisão foi estabelecida uma multa de R$ 10 mil por dia para pessoas físicas e R$ 100 mil para pessoas jurídicas caso estradas e rodovias que ligam o Porto de Santos fossem bloqueadas por caminhoneiros nesta segunda-feira e nos próximos sete dias.
A CCR Nova Dutra conseguiu que o Tribunal de Justiça de São Paulo determinasse a proibição do estacionamento no acostamento e de bloqueio de pistas da rodovia Presidente Dutra. A decisão é da juíza Flávia Martins de Carvalho e envolve todo o trecho concedido à CCR, estipulando multa de R$ 300 mil por dia aos organizadores em caso de descumprimento.
Já a Autopista Fluminense conseguiu liminar na Justiça do Rio de Janeiro proibindo bloqueios na BR-101 no Rio, desde Paraty, no litoral sul, a Campos, no litoral norte.
Também houve manifestações em outros locais, como no km 92 da Rodovia Presidente Dutra, na altura de Pindamonhangaba (SP), durante a madrugada. Assim comona BR-116, na região de Itaitinga, no Ceará, mas sem bloqueios. A PRF disse que também impediu um bloqueio no Porto de Capuava (ES).
Decisão judicial
O governo federal conseguiu liminares na Justiça contra bloqueios de rodovias, refinarias e portos. Ao todo 20 estados foram contemplados com pelo menos 29 liminares. O balanço, divulgado na noite desse domingo, indica que há decisões favoráveis ao pleito do governo nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia, Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Maranhão,Piauí, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Apesar disso, os convocantes mantinham o chamado para a greve até este domingo, 31.
Apesar da forte expectativa de que as convocações tivessem mobilização similar ao movimento que aconteceu em 2018, até o fim da manhã desta segunda-feira nada sugere que isso vá ocorrer.
A convocação para esta greve tem como principais bandeiras o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI) e a diminuição do preço do diesel. No ano, o combustível já subiu um acumulado de 65%. Já a gasolina tem alta acumulada de 73%. Os Sindicatos dos caminhoneiros apoiam a manifestação e esperam, inclusive, que outras categorias, como frentistas, motoristas de aplicativos e taxistas, atuem em apoio ao grupo.
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