Governo deixou de creditar cerca de R$ 14,9 bilhões nas contas do FGTS, de acordo com institutoDivulgação / Caixa
Governo deixa de creditar cerca de R$ 14,9 bilhões nas contas do FGTS
Instituto afirma que os expurgos da Taxa Referencial (TR) no Fundo de Garantia geram uma perda de R$ 611 bilhões desde janeiro de 1999
Rio - Com a Taxa Referencial (TR) zero no lugar do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o governo deixou de creditar cerca de R$ 14,9 bilhões nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de 60 milhões de trabalhadores nesta quarta-feira, 10, considerando juros compostos desde janeiro de 1999. Os dados foram divulgados pelo Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador (IFGT) nesta quinta-feira, 11.
Se levar em consideração os juros simples sobre o saldo total de aproximadamente R$ 470 bilhões, o governo deixou de depositar R$ 5,4 bilhões nesta quarta, conforme informou o IFGT. E com o aumento da inflação, o trabalhador continuará perdendo cada vez mais, pois o Executivo continua aplicando a TR (Taxa Referencial) zero para atualizar monetariamente as contas do fundo.
Desde janeiro de 1999, os expurgos da TR no fundo de garantia geram uma perda de R$ 611 bilhões, segundo o instituto. Isso ocorre porque o FGTS é corrigido pela Taxa Referencial e, não, pelo INPC do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A TR está em zero desde setembro de 2017, não repondo as perdas geradas pela inflação.
"Isso continuará a acontecer todos os meses, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI 5090/2014, que pede a troca da TR pelo INPC, ou o Congresso Nacional mude a Lei do Fundo de Garantia, trocando a TR pelo INPC ou um índice que reponha a inflação", informou o instituto em nota.
O IFGT lembrou, ainda, que a ação foi retirada de pauta pela terceira vez no último dia 13 de maio. "O governo continua confiscando os rendimentos do Fundo de Garantia na atualização através da Taxa Referencial – TR zero. Aproximadamente 300 mil ações continuam suspensas na Justiça aguardando este julgamento do STF", acrescentou a entidade.
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