Reajuste médio das tarifas acumulado neste ano foi de 7,04%, segundo os dados da própria Aneel. Em 2020, o aumento médio foi de 3,25%Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Conta de luz deve subir 21% em 2022 por conta de rombo da crise hídrica, informa Aneel
Reajuste previsto para o ano que vem supera os já realizados em 2021
Brasília - A tarifa da conta de luz trará um novo aumento para o consumidor no ano que vem. De acordo comum documento interno da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) emitido na sexta-feira, 5, o reajuste do setor elétrico é previsto de ser superior a 20% em 2022. As informações são do Estadão.
Essa alta que vai turbinar ainda mais a inflação e o órgão regulador fez uma projeção sobre o impacto financeiro que a atual crise hídrica do país terá sobre a conta de luz em todo o território brasileiro, devido às medidas adotadas para garantir o abastecimento de energia. A conclusão não é positiva.
“Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%, quando avaliado todo o universo de custos das distribuidoras e incluídos esses impactos das medidas para enfrentamento da crise hídrica”, diz trecho do documento.
O reajuste previsto para 2022 supera os já realizados neste ano. Em outubro, por exemplo, a diretoria da Aneel autorizou o aumento da conta de luz em até 16% para cerca de 8 milhões de consumidores do Distrito Federal, Goiás e São Paulo.
A título de comparação, o reajuste médio das tarifas acumulado neste ano foi de 7,04%, segundo os dados da própria agência. Já em 2020, o aumento médio foi de 3,25%.
Por conta do acionamento das usinas térmicas, que são bem mais caras que as hidrelétricas, os consumidores de energia tem custeado as "bandeiras tarifárias" nos últimos meses, uma taxa extra que é incluída na conta de luz. Isso tem ocorrido por causa da falta de chuvas e do esvaziamento dos principais reservatórios do país.
Uma das principais razões dessa cobrança mensal do consumidor é evitar que essas contas fossem pagas depois, nos reajustes anuais, como acontecia antes. Apesar disso, as bandeiras tarifárias não conseguem cobrir o rombo atual.
Depois de analisar projeções de geração de energia e os custos previstos, a área técnica da Aneel concluiu que, até abril de 2022, as "melhores estimativas" apontam para um rombo de RS 13 bilhões, "já descontada a previsão de arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar escassez hídrica no período", ou seja, o nível mais alto de cobrança da taxa extra.
O acionamento das usinas térmicas no país não é o único fator que explica o rombo financeiro do setor elétrico e que terá de ser quitado pelo cidadão. Outra fatura estimada em mais R$ 9 bilhões que será paga pelo consumidor vem das contratações "simplificadas" de energia feitas pelo governo federal no mês passado, que serão entregues em maio do ano que vem, para dar mais segurança e evitar o racionamento de energia.
Outro motivo desses reajustes é o aumento de importação de energia, por meio de contratos firmados com Argentina e Uruguai. Como os reajustes de tarifas são feitos anualmente pela Aneel, após analisar os custos de cada distribuidora de energia do país, o porcentual de aumento varia de estado para estado.
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