Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi estimado em R$ 6,338 trilhõesiStock
Os dados são do Monitor do Produto Interno Bruto, elaborado pela Fundação Getulio Vargas (Monitor do PIB-FGV), divulgado nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação (Ibre/FGV).
Na publicação, a FGV destacou a revisão para baixo de 1,4% para 1,2% na taxa de crescimento do PIB de 2019 feita pelo IBGE. Pelos cálculos do monitor, na próxima divulgação das Contas Nacionais Trimestrais (CNT) o IBGE vai fazer a revisão da taxa de crescimento do PIB em 2020 da queda de 4,1% para 4,2%.
Para o coordenador do Monitor do PIB-FGV, Cláudio Considera, a economia brasileira reverteu a trajetória de recuperação que havia sido observada no terceiro e quarto trimestre de 2020 e no primeiro trimestre deste ano, comparativamente aos trimestres imediatamente anteriores.
"No segundo e terceiro trimestres deste ano ocorreram duas taxas negativas de 0,1% em comparação aos trimestres imediatamente anteriores. Por sua vez, a taxa acumulada em 12 meses, até setembro, foi de apenas 3,7%. A exceção da extrativa mineral e a administração pública, todas as demais taxas acumuladas em 12 meses, foram positivas", explicou.
Nesta comparação, o economista destacou a taxa do setor de serviços, que havia sofrido quedas mensais contínuas e elevadas desde abril do ano passado até maio deste ano. Agora, registra taxas acumuladas em 12 meses positivas e crescentes desde junho, com a taxa até setembro sendo de 3%.
"No setor de serviços tem relevância a atividade de outros serviços, que representa cerca de 15% do PIB, que chegou a ter taxa mensal negativa de 22,7% e que apresentou taxas positivas elevadas a partir de abril deste ano", disse, acrescentando que o desempenho se deve à maior abrangência da vacinação.
"Possibilitou a maior interação entre as pessoas com idas a hotéis, bares, restaurantes, viagens etc. Isso é compatível com o consumo de serviços por parte das famílias que neste trimestre cresceu 8,9%, enquanto o de bens, à exceção de semiduráveis (vestuário e calçados), reduziu-se", disse.
Por causa da influência da pandemia da covid-19 nos fatores sazonais de 2020, que podem não estar realmente relacionados à sazonalidade, a edição do Monitor do PIB-FGV relativo a setembro incluiu um exercício adicional com relação a série com ajuste sazonal.
Conforme a FGV, esses impactos estão sendo analisados por alguns institutos de estatística internacionais e, por isso, além do ajuste sazonal habitual, que compreende o período de janeiro de 2000 a setembro de 2021, adicionalmente foi feito "o ajuste sazonal para 2020 e 2021, considerando os fatores sazonais referentes a 2019 e o fator calendário corrente".
O Monitor do PIB informa que se forem utilizados os fatores sazonais da série do PIB do período de 2000 até 2019, os resultados apontam para a taxa de variação no terceiro trimestre de 2021 de 2,2%, superior à queda de 0,1%, caso seja considerado todo período de 2000 até setembro de 2021.
"A taxa de variação de setembro de 2021 seria de 1,2% superior à de 0,3% observada considerando todo o período de 2000 até setembro de 2021. Esses resultados sugerem que as taxas ajustadas sazonalmente devem ser analisadas com cautela pois a pandemia pode ter influenciado os fatores sazonais por razões econômicas e estatísticas", alertou.
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