No Rio de Janeiro, o golpe do falso pagamento representa 59% dos casos, seguido por falso anúncio, 17%, e invasão de contas, 14%Reprodução internet

Neste ano, a Black Friday é bastante esperada pelos empresários do varejo que viram suas vendas caírem nos últimos dois anos em razão da pandemia do coronavírus. Com diversas lojas, os consumidores se preparam para ir às compras e encontrar descontos vantajosos. No entanto, para garantir as ofertas da data, é importante que os usuários fiquem atentos para não caírem em fraudes, que aumentam no período. De acordo com estudo da OLX e do AllowMe, plataforma de proteção de identidades digitais, divulgado em exclusivo para O DIA, o estado do Rio é o segundo com mais vítimas, apenas atrás de São Paulo.
No Rio de Janeiro, o golpe do falso pagamento representa 59% dos casos, seguido por falso anúncio, 17%, e invasão de contas, 14%. Os golpes durante a data podem ocasionar um prejuízo estimado de cerca de R$ 1,3 milhão para as vítimas em todo o Brasil.
O golpe do falso pagamento é quando a pessoa acredita que está pagando um boleto, mas descobre que este é falso, pois não está atrelado à loja onde realizou a compra. Ou ainda, quando vende um produto, mas recebe um comprovante de pagamento falso do golpista, resultando na perda do valor ou do produto.
O falso anúncio ocorre quando a vítima paga pelo item, mas nunca irá recebê-lo. Já na invasão de conta, o golpista utiliza login e senha do próprio usuário, conseguindo em vazamentos anteriores, e faz as transações como se fosse o dono da conta, sem que o mesmo perceba.
O estado de São Paulo reúne a maioria dos casos, 36%, concentrando também a maioria dos consumidores online, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, cada um com 10%. Entre os produtos com maior incidência de fraude, celulares estão em primeiro lugar, com 43% dos golpes, em segundo videogames, 14%, e computadores, 11%, completam a lista.

“Um componente importante das compras da Black Friday é a agilidade, uma vez que as ofertas e estoques têm tempo determinado, o que faz com que as pessoas não se atentem a detalhes importantes, ficando mais expostas à ação dos golpistas. Por isso, é importante ter cuidado redobrado, checar se está realmente na página da loja que irá realizar a compra, verificar links antes de clicar, observar o domínio do e-mail, não passar dados pessoais e principalmente ficar atento à etapa de pagamento, além de desconfiar de qualquer etapa no processo de compra que fuja do usual”, destaca Beatriz Soares, diretora de Produto e Operações da OLX.
Entre as pessoas que sofreram fraudes durante as compras na data, 75% são homens e 25% mulheres, com idade média de 31 anos (60% das vítimas). Com o aumento da digitalização, a maioria das pessoas costuma fazer compras pelo celular, e 84% das fraudes ocorreram em compras pelo dispositivo.
Fraudadores
Durante o mês da Black Friday, há um incremento de 78% no uso de IP de alto risco vinculado a ataques cibernéticos, na comparação com o mês anterior. Isso demonstra que os fraudadores também acompanham as principais datas do varejo, onde há mais usuários, há maior probabilidade de conseguir atrair novas vítimas.

Isso é confirmado pelas tentativas de fraudes evitadas pelo AllowMe em novembro do ano passado. No mês, a plataforma de proteção de identidades digitais evitou 52% mais tentativas de fraude do que em outubro de 2020, o que demonstra uma tendência de alta nos ataques no mês do evento.

Dicas para compras seguras 
Na Black Friday, como as ofertas têm tempo limitado, os fraudadores se aproveitam principalmente da pressa dos usuários, que atrás de bons preços, muitas vezes não prestam a atenção necessária em detalhes que fazem a diferença.

1. Comprar com calma, pois a pressa e falta de atenção beneficiam os fraudadores, já que o usuário tende a estar mais desatento e mais propício a oferecer informações pessoais e, assim, clicar em links maliciosos e não prestar a devida atenção a informações importantes.
2. Verificar o endereço dos sites onde está comprando e checar se é realmente o da empresa que quer comprar, além de olhar se há o cadeado de segurança. 
3. Evitar clicar em links de publicidade, preferir checar as ofertas direto no site da loja. Os fraudadores podem usar ofertas usando cores e layout similar ao de marcas idôneas, redirecionando o link dos anúncios para sites fraudulentos. 
4. Negociar sempre pelos chats das plataformas de compra e venda e evitar aplicativos de mensagem. Fraudadores preferem ambientes digitais onde não poderão ser rastreados e não gostam de deixar rastro de suas atuações. 
5. Conferir sempre o status da compra e venda pelas plataformas das empresas, desconfiar de e-mails e conferir sempre o nome que vem depois do @. Empresas idôneas não usam e-mails genéricos ou contas de email gratuitas.
6. Ficar atento aos e-mails recebidos dos sites. E-mails oficiais da empresa normalmente usam o nome da marca e não informações genéricas ou domínio de emails gratuitos. 
7. Empresas também costumam ter o whatsapp verificado, quando aparece um selo de confirmação que aquela conta é idônea. Se não tiver o selo, o consumidor deve desconfiar.