Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)AFP

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, 25, que a situação da economia brasileira, que já está ruim, vai piorar. Ele culpou governadores e prefeitos que fecharam o comércio para evitar o contágio da covid-19, mas ironizou: "podem me culpar, não tem problema não".
"Teremos mais problemas pela frente. As consequências do fica em casa a economia a gente vê depois, vai vir mais coisa ruim por aí. Podem me culpar à vontade, não tem problema não. Prefeito fecha, governador fecha e eu sou o responsável", disse a apoiadores na porta do Palácio do Alvorada.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), no entanto, refuta essa tese e afirma que apesar de custoso economicamente, lockdowns abrem caminho para recuperação mais rápida. "Na realidade, a análise sugere que lockdowns e distanciamento social voluntário tiveram papel quase comparável", diz o documento .

Como reflexo, a Bolsa de Valores brasileira registrou o pior desempenho do mundo em 2021, e o Brasil tem a terceira pior inflação dos países do G20. Segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), prévia da inflação do país, aponta alta acumulada de 9,57% no ano e de 10,73% nos últimos 12 meses.

Armas x feijão
O presidente voltou defender sua política de redução de impostos em artigos como armas, skates e veleiros, por exemplo. Segundo ele, quando um imposto é reduzido ele impacta em toda a cadeia. O mandatário também culpou os impostos estaduais pela elevação no preço do gás de cozinha.
"Quando eu reduzi imposto de skate, me disseram: 'eu não como skate'. O cara, eu sei", queixou-se. "Quando eu falo em reduzir imposto em armas, me dizem 'eu não como armas'. Ué, já que você come feijão, no dia que entrarem na sua casa você pega o estilingue e dá tiro de feijão no cara, sem problema nenhum", completou.