Ministro da Economia Paulo GuedesWilson Dias / Agência Brasil
'Verba para programa será revista um dia após as eleições', afirma Guedes
Ministro disse, também, que Bolsonaro telefonou para ele na manhã de ontem para tratar do assunto
Em meio à repercussão negativa dos cortes feitos pelo governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fará uma mensagem, um dia após a eleição, reelaborando o Orçamento, o que segundo ele permitirá acomodar o programa Farmácia Popular - que sofreu um corte de verba de 59% em 2023, como revelou o Estadão. "Um dia depois da eleição, terá uma mensagem presidencial para reelaborar o Orçamento", disse o ministro em premiação da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), no Rio de Janeiro. "Essa mensagem presidencial vai corrigir esses desencaixes que a democracia às vezes acidentalmente permite. Vamos seguir com a Farmácia Popular."
Apesar da promessa de Guedes, o governo ainda não enviou nenhuma modificação do Orçamento de 2023 para o Congresso - e o assunto só deve ser tratado depois das eleições.
O ministro atribuiu ao orçamento secreto - esquema revelado pelo Estadão de transferência de verbas a parlamentares sem critérios de transparência - a dificuldade em manter o programa. "As emendas RP-9, chamadas de orçamento secreto: a classe política, para fazer política, vai lá e pega pedaços do Orçamento. Quando faz isso, comprime gastos dos ministérios. Quando comprime gastos dos ministérios, acidentalmente, pode ter um desencaixe", afirmou.
"Se você perguntar para o pessoal do RP-9 (orçamento secreto), da classe política, se vão abrir mão do Farmácia Popular, dirão não. Então, esse encaixe terá de ser feito. Ou cortar outro programa ou eles usarem os RP-9 para financiar. Esse encaixe será feito. É a garantia do presidente."
Outra opção, segundo o ministro, seria cortar outros programas. "Ora, como todos sabem que a Farmácia Popular é importante, das duas uma: ou as RP-9 voltam para financiar a Farmácia Popular ou vamos ter de cortar em outro lugar. O presidente garante que a Farmácia Popular vai seguir. É um desencaixe temporário."
O ministro disse, também, que Bolsonaro telefonou para ele na manhã de ontem para tratar do assunto.
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