Banco CentralReprodução: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Pelo lado da oferta, o Banco Central alterou a estimativa para a expansão da agropecuária de avanço de 2,2% para zero, enquanto a revisão para a indústria foi de alta de 1,2% para 2,4%. No caso dos serviços, o BC mudou a previsão de crescimento de 2,1% para 3,4%
Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou alteração de 1,7% para 3,9% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e de 1,8% para 0,7% previsão de alta do consumo do governo.
O documento divulgado indica ainda que a projeção para 2022 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) — indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia — passou de queda de 2,7% para retração de 0,4%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em junho.
"Após quatro trimestres de variações negativas ou próximas à estabilidade, a FBCF apresentou crescimento elevado, maior do que o previsto, no segundo trimestre. Esta recuperação repercutiu altas na produção e na importação de bens de capital, após recuos no primeiro trimestre, e desempenho favorável na construção civil", comentou o BC.
Projeções para 2023
No RTI, o BC também divulgou, pela primeira vez, suas projeções para o PIB do ano que vem. A expectativa é de crescimento de 1,0%, "com arrefecimento na demanda interna e nos componentes mais cíclicos da oferta, sob influência da esperada desaceleração global e dos impactos cumulativos da política monetária doméstica".
Pelo lado da oferta, o BC prevê expansão de 7,5% da agropecuária; enquanto, para a indústria, a projeção é de avanço de 0,4%. No caso dos serviços, a autoridade monetária estima crescimento de 0,6%.
Já entre os componentes da demanda, o BC projeta alta de 0,7% para o consumo das famílias e aumento de 1,00% no consumo do governo. A FBCF deve cair 0,5% nas contas da autarquia. No Boletim Focus, a mediana é de crescimento de 2,67% para o PIB deste ano e de 0,50% no próximo.
Transações correntes
O Banco Central também atualizou por meio do RTI, suas projeções para o balanço de pagamentos em 2022. A projeção para o resultado das transações correntes do País passou de superávit de US$ 4 bilhões para déficit de US$ 47 bilhões. Já a estimativa para o Investimento Direto no País (IDP) neste ano foi de US$ 55 bilhões para US$ 70 bilhões.
"A revisão da projeção para o saldo em conta corrente em 2022 decorre majoritariamente da reavaliação para baixo do saldo comercial esperado. Por outro lado, os fluxos de investimento direto surpreenderam positivamente, o que justifica aumento na projeção do ano", justificou o BC.
Em relação ao saldo líquido de investimento de estrangeiros em carteira — incluindo ações e títulos de renda fixa —, a projeção passou de superávit de US$ 7 bilhões para déficit de US$ 9 bilhões.
Nas estimativas para 2023, no caso das transações correntes, a projeção é de déficit de US$ 36 bilhões. Para o IDP, o BC prevê fluxo positivo de US$ 75 bilhões. Em relação aos investimentos estrangeiros em carteira, a estimativa é de déficit de US$ 5 bilhões.
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