Em movimento contrário, Amazonas e Rio de Janeiro tiveram os principais resultados positivosReprodução/CNI
O analista da PIM Regional, Bernardo Almeida, informou que, pelo lado da oferta, entre os fatores econômicos que explicam a queda, figuram o encarecimento das matérias primas e o desabastecimento de insumos em alguns setores, que influenciam diretamente a cadeia produtiva. Mas, pela demanda, pesaram o aumento dos juros encarecendo o crédito e diminuindo os investimentos na indústria nacional.
A demanda foi impactada, também, pela inflação elevada. “Por mais que tenha desacelerado, ainda está em um patamar alto, o que reduz o poder de compra das famílias”, observou.
Almeida disse, ainda, que, mesmo com a diminuição do desemprego, a remuneração não é alta, o que também influencia os resultados das indústrias. “O rendimento médio está em um patamar baixo. O desemprego vem caindo, mas as ocupações são de baixo nível de remuneração. Isso impacta no consumo das famílias e gera impactos sobre a cadeia produtiva”, afirmou.
Influência
“Por ser mais concentrada nesse setor, uma pequena variação pode ter um impacto maior na indústria paraense, que teve o setor de alimentos em segundo lugar entre as influências negativas no estado. O Pará vem de dois meses com resultados positivos, com ganho acumulado de 15,2%”, revelou.
Já em Santa Catarina, que foi a segunda maior influência negativa no resultado nacional, a causa foi a queda na produção de borracha e material plástico, além do setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos. “Santa Catarina vem de quatro meses de resultados positivos, com ganho acumulado de 8,9%”, acrescentou.
Positivos
Ainda segundo o analista, o principal resultado em termos absolutos foi do Amazonas, a terceira influência positiva sobre o resultado nacional. O crescimento no estado ocorreu após dois meses de cenários negativos, quando houve perda acumulada de 4%.
“Os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e óticos e outros equipamentos de transportes e bebidas tiveram mais peso no resultado do estado e são três segmentos com bastante influência dentro da indústria amazonense”, ponderou.
Com a alta em agosto, o Rio de Janeiro foi a segunda influência positiva sobre o resultado nacional. “Os setores de metalurgia, indústria farmacêutica e derivados de petróleo foram os que mais tiveram peso nesse crescimento da indústria do estado do Rio”, frisou.
A maior influência positiva sobre o resultado industrial nacional ficou com São Paulo, o maior parque industrial do país. Em agosto, o estado avançou 2,6% na comparação com julho, quando houve recuo de 0,4%.
Para o analista, o setor de veículos automotores teve uma reversão e, depois de influenciar negativamente a indústria paulista em julho, continuou tendo o maior peso em agosto, mas agora positivamente. “Este é um setor que vem apresentando cautela na sua produção e enfrentando adversidades de fatores econômicos, como o desabastecimento de insumos e o encarecimento de matérias primas. Com isso, uma equalização entre oferta e demanda pode ter gerado essa queda no mês anterior e uma recuperação em agosto”, analisou.
Comparação
Acumulado
Pesquisa
O IBGE informou que, mensalmente, a pesquisa traz índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
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