Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) pretendem seguir com benefício no mesmo valorDivulgação/ Júlio Dutra/ Min. Cidadania

Um rombo de até R$ 103 bilhões pode ser gerado nas contas públicas em 2023, caso sejam prorrogados gastos fora do orçamento e benefícios tributários. É o que alertam os cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado Federal. Os números foram divulgados nesta quarta-feira, 19.
De acordo com as projeções, a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 - promessa tanto de Jair Bolsonaro (PL) quanto de Lula (PT) - teria impacto de R$ 51,8 bilhões, considerando 21,6 milhões de famílias no programa.
A IFI alerta que outro fator que impacta as contas é a manutenção de benefícios tributários, como a desoneração de impostos que incidem sobre combustíveis. De acordo com a instituição, o "cenário para 2023 preocupa".
Os analistas realizaram projeções tanto com o cenário base quanto com cenários alternativos, já que há incertezas causadas pelas eleições. "O diagnóstico é o mesmo: a prorrogação de gastos e benefícios tributários para o próximo exercício elevam o risco de descumprimento das regras fiscais", afirma o relatório.
"No cenário alternativo, em que o benefício adicional do Auxílio Brasil é executado por fora do teto, o déficit primário projetado para 2023 aumenta para R$ 103 bilhões", aponta o texto do IFI.