Declínio completa terceiro mês consecutivoReprodução/Freepik
Demanda por crédito no país cai pelo terceiro mês consecutivo, aponta INDC
Segundo o levantamento, em outubro, houve uma retração de 28% em relação ao mesmo mês de 2021
A demanda por crédito no país caiu pelo terceiro mês seguido, de acordo com o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). Segundo o levantamento, em outubro, houve uma retração de 28% em relação ao mesmo mês de 2021 e bateu recorde negativo desde a criação do indicador, janeiro de 2020. A queda comparando outubro ante setembro é de 4%.
O INDC, que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços, aponta que todos os três segmentos registraram retração de dois dígitos no confronto interanual: serviços (-37%), varejo (-28%) e bancos (-25%).
A redução está relacionada com o "menor apetite" pelo risco por parte de quem concede crédito, que sofre perdas por conta da alta da inadimplência, diz a Neurotech em nota. Breno Costa, diretor da Neurotech, explica que o cenário é de contração do crédito pelo lado da oferta. "Com menos canais de captura e uma maior seletividade por parte das empresas, o número de propostas cai", afirmou.
Dentre os segmentos que compõem o varejo, a maior retração da demanda por crédito ficou com o item classificado como outros (-59%), seguido por supermercados (-54%), eletrodomésticos (-23%) e lojas de departamentos (-4%). Em terreno positivo, estão móveis (29%) e vestuário (3%).
Apesar do momento desfavorável, a Neurotech não espera que as quedas do INDC se aprofundem nos próximos meses devido à proximidade da Copa do Mundo, as promoções da Black Friday e o pagamento do 13º. "Estes adventos em conjunto devem levar as instituições a lançarem novas campanhas, pois além da questão da inadimplência, há um maior conservadorismo com relação ao cenário atual devido à política", observa Costa.
Na comparação mensal de outubro ante setembro, o INDC registrou queda de 4%. A maior perda foi apurada no segmento bancos e financeiras (-7%), seguido por serviços (-1)%. Já o varejo exibiu alta de 6%. O setor de vestuário cresceu 54%, lojas de departamentos mostrou expansão de 19% e eletrodomésticos, de 18%
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