O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de encontro com dirigentes de centrais sindicais, no Palácio do PlanaltoMarcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília - Durante encontro com representantes de centrais sindicais, nesta quarta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que irá brigar pela isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A medida é uma de suas promessas feita durante a campanha eleitoral de 2022. Ainda segundo Lula, a ideia é promover uma reforma tributária sobre o Imposto de Renda, que diminua a participação dos mais pobres e aumente a dos mais ricos nas contribuições. 
"Nesse país, quem paga imposto de renda de verdade é quem tem holerite de pagamento, porque é descontado no pagamento e a gente não tem como não pagar. Mas a verdade é que o pobre hoje, que ganha R$ 3 mil, proporcionalmente paga mais do que alguém que ganha mais de R$ 100 mil. Até porque quem ganha muito paga pouco. Porque quem ganha muito recebe como dividendo, como lucro, como qualquer coisa para pagar pouco Imposto de Renda. Somente o trabalhador que trabalhou o mês inteiro, faz 30 horas-extras para tirar o dinheiro do aluguel, chega na hora de receber o pagamento, o Imposto de Renda comeu”, declarou.
Lula ainda disse que a aprovação da medida dependerá de muita articulção com o Congresso e que o povo dee pressionar os parlamentares para que ela seja aprovada. "Vamos mudar a lógica: vamos diminuir para o pobre e aumentar para o rico. É necessário uma briga? É necessário. É necessário muito convencimento no Congresso Nacional. É necessária muita organização da sociedade. Nós temos que fazer isso. Vocês têm que saber que a gente não ganha isso se não houver mobilização do povo brasileiro para mudarmos uma vez na vida a política tributária para colocar o pobre no Orçamento da União e colocar o rico no Imposto de Renda para ver se a gente arrecada o suficiente para fazer política social nesse país", continuou.
O último reajuste foi promovido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2015, desde então, a tabela acumula defasagem de 148%. Caso fosse corrigida, 13 milhões de declarantes que recebem até R$ 4.683,95 seriam isentos. Além disso, outras faixas de renda teriam alívio do Leão.
Por conta da ausência de reajuste na tabela do IRPF nos últimos dois mandatos presidenciais, o de Michel Temer e de Jair Bolsonaro, neste ano, quem recebe acima de R$ 1.903,98 já vai precisar aprender a fazer a declaração.