Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,9 ponto, para 86,4 pontos, na segunda queda seguidaFabio Costa/Agência O Dia

A confiança do consumidor caiu 2,2 pontos em janeiro em relação a dezembro de 2022, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 85,8 pontos. A queda ocorre após avanço de 2,7 pontos em dezembro. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,9 ponto, para 86,4 pontos, na segunda queda seguida.
"O resultado reflete o pessimismo em relação aos próximos meses, embora as famílias de menor poder aquisitivo ainda se mantenham otimistas. A percepção sobre a situação atual não se altera muito em relação aos meses anteriores, ou seja, há uma desaceleração do mercado de trabalho, endividamento e taxa de juros elevados que continuam diminuindo as intenções de compras nos próximos meses", diz nota divulgada pela FGV.
Entre os dois principais componentes do ICC, o Índice de Expectativas (IE) recuou 3,6 pontos, para 96,7 pontos, puxando a queda do indicador agregado. O Índice de Situação Atual (ISA) se manteve "relativamente" estável pelo segundo mês seguido, com alta de 0,2 ponto, para 71,1 pontos.
Dentro do ISA, houve piora da satisfação das famílias sobre a situação econômica e melhora das avaliações sobre as finanças pessoais, informou a FGV. "O indicador que mede a satisfação sobre a situação financeira das famílias subiu 0,8 ponto, para 64,4 pontos, enquanto o indicador que mede as avaliações sobre a situação econômica recuou 0,5 ponto, para 78,3 pontos e chega ao seu pior resultado desde julho de 2022 (77,9 pontos)", diz a nota da FGV.
Já no IE, o que mais contribuiu para a queda de janeiro foi o componente que mede a perspectiva sobre a situação financeira das famílias nos próximos seis meses, cujo indicador caiu 7,6 pontos, para 97,4 pontos. "Os indicadores que medem o grau de otimismo com a situação econômica geral e a intenção de compra de bens duráveis recuaram 1,7 e 1,2 ponto, para 113,4 e 79,6 pontos, respectivamente", afirma a fundação.
A entidade destacou ainda que houve "uma equiparação do nível de confiança entre as faixas de renda, mas que não significa um resultado favorável, já que todas se mantêm girando em torno dos 80 pontos, nível baixo em termos históricos". "Consumidores de menor poder aquisitivo estão mais otimistas pelo segundo mês consecutivo, enquanto os de maior seguem com as expectativas em queda pelo quarto mês consecutivo", conclui a nota.
A Sondagem do Consumidor coletou as informações com entrevistas entre os dias 1º e 21 de janeiro.