Rio - Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR) em conjunto com o Instituto Foodservice Brasil (IFB) e a Galunion, consultoria em Foodservice, revelou que 46% dos estabelecimentos do setor de gastronomia alcançaram faturamento maior no segundo semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior. Já 47% dos restaurantes fecharam o período com estabilidade nos resultados e 7% tiveram resultado inferior.
Além disso, 77% dos entrevistados fecharam o primeiro semestre do ano passado com lucro. Os estabelecimentos que tiveram lucro próximo de zero correspondem a aproximadamente 16% e 6% encerraram o período no prejuízo.
Após anos de restrições por causa da pandemia, que afetou fortemente o setor de alimentação fora de casa e impulsionou uma onda de endividamento, o mercado mostra sinais de recuperação. Ainda segundo o levantamento, 71% dos estabelecimentos não apresentaram dívidas ou pagamentos atrasados.
Por outro lado, 29% dos respondentes afirmaram ter dívidas pendentes. Diante desse cenário, 34% esperam quitar os valores em um prazo de seis meses a um ano, 23% devem pagar entre um e dois anos e 19% projetam encerrar as pendências em seis meses ou menos.
Quando se fala em força de trabalho, 85% dos restaurantes tiveram dificuldades para contratar e reter trabalhadores. Apenas 15% não enfrentaram gargalos com equipe.
Para o futuro, o mercado se mostra otimista. Entre os entrevistados, 66% acreditam que 2023 será melhor que 2022, 19% acreditam que o ritmo dos negócios será igual ao do ano passado e 2% imaginam um ano pior.
E-commerce
Em uma sociedade cada vez mais digital, outro aspecto da pesquisa chama atenção: o crescimento das compras on-line e sem auxílio de vendedores. O estudo aponta que 43% dos empresários do setor já compraram alimentos ou bebidas de forma virtual. Para 60% deles, a maior vantagem do modelo é a praticidade e a rapidez do processo. Outros 23% preferem as compras on-line devido à autonomia e à ausência de “pressão” do vendedor.
Por outro lado, 27% dos entrevistados consideram o formato difícil para realizar as compras, 26% afirmaram haver poucas ofertas e promoções no comércio on-line e 24% veem pouca variedade de marcas e produtos.
Inflação
Sobre a alta dos preços de insumos impulsionada pela escalada da inflação no Brasil, 74% do mercado encontrou no aumento de preços do menu a solução para conter o crescimento de custos. Outros 51% afirmaram dar mais atenção para a redução de desperdícios; 37% mudaram de fornecedores, 32% retiraram itens do cardápio, 30% ajustaram o tamanho das porções, 21% cortaram áreas operacionais e 20% substituíram ingredientes nas receitas.
Ainda nesse sentido, 62% dos restaurantes estão dispostos a alterar itens do menu (ingredientes e/ou produtos) se o fornecedor dessa nova oferta garantir disponibilidade e preço competitivo. Além disso, 53% dos estabelecimentos alteraram o cardápio por causa de problemas de abastecimento ou da inflação de custos nos últimos três meses.
A sombra da inflação ainda está na maior parte das aflições dos empresários: 77% consideram esse o principal desafio a ser enfrentado pelo seu negócio em 2023. Outros 53% acham que o maior problema deste ano será atrair novos clientes e ampliar as vendas e 34% analisam a expansão do negócio como o maior desafio para os próximos meses.
Delivery
Após as mudanças de hábitos e consumos moldados pelo período pandêmico, muitos estabelecimentos readequaram seus modelos de ofertas. Hoje, segundo a pesquisa, 86% dos restaurantes brasileiros operam com delivery. Entre eles, 68% utilizam o iFood para pedidos, 54% atendem via telefone, 35% usam o WhatsApp, 21% opta pelo Rappi e 11% contam com aplicativo próprio da marca.