Rodrigo Pacheco diz que a alta dos juros é fruto de certa negligência do controle da inflação e do aumento de gastos públicos no governo BolsonaroReprodução/Roque de Sá
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tornou pública sua insatisfação com o Banco Central por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%. Para Pacheco, as críticas de Lula com os juros são de todos, inclusive do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
"A alta taxa de juros, que já vem desde o ano passado, é fruto de certa negligência em relação ao controle da inflação e do aumento de gastos públicos. Afirmações em relação às pessoas que compõem o Banco Central não contribuem. No final, o que temos que atacar são as causas da alta taxa de juros", disse.
O presidente Lula também atacou a autonomia do BC, aprovada em 2021, que prevê mandato de 4 anos para o presidente da autarquia, entre outras atribuições, como sendo do Senado o poder para destituir o presidente da autoridade monetária.
"A autonomia do BC é um projeto aprovado pelo Senado e por ampla maioria na Câmara. Na sequência, houve uma discussão sobre a constitucionalidade do projeto no Supremo Tribunal Federal. Considero a mudança positiva", disse Pacheco.
"É muito mais importante identificarmos as causas do aumento da taxa de juros, e buscarmos atacá-las, do que a rediscussão da autonomia do BC. Não vejo ambiente para essa discussão. Para muitos, inclusive para mim, poderia representar um retrocesso no ordenamento jurídico brasileiro", completou.
Reforma Tributária
Segundo Pacheco, o prazo é "possível" de ser cumprido. "O Parlamento já demonstrou que, quando quer, faz em até menos tempo".
"Embora seja complexa e a mais difícil, a reforma tributária já foi muito discutida ao longo de anos em diferentes comissões e audiências públicas. Considero a proposta bem debatida, muito proveitosa e absolutamente necessária. O mais importante agora é a decisão do Parlamento sobre qual reforma votar e como fazer", declarou.
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