Ainda sem acordo com Lula, Haddad defende a volta da cobrança de PIS/Cofins sobre a venda de combustíveisMarcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , afirmou que a decisão sobre a reoneração da gasolina deve sair ainda nesta segunda-feira (27). Haddad discutiu o tema mais cedo em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, mas ainda não houve acordo.
"Foi boa a reunião e vamos ter outra reunião no final da tarde. Tem uma reunião ainda do ministro de Minas e Energia [Alexandre Silveira] e equipe e depois vamos voltar ao presidente", disse Haddad.
De acordo com Medida Provisória (MP) editada por Lula no início do ano, os impostos federais PIS/Cofins devem voltar a ser aplicados sobre a gasolina e o etanol no mês de março, ou seja, nesta quarta-feira, 1º. O governo discute, porém, uma prorrogação do prazo.

Enquanto Haddad e sua equipe econômica defendem a volta dos impostos sobre os combustíveis, citando perda de arrecadação, a ala política do governo quer que a desoneração continue, a fim de que os consumidores não sejam afetados, o que poderia prejudicar a imagem de Lula.
Os impostos federais sobre combustíveis foram zerados ainda no ano passado. Em um cenário eleitoral e de aumento de preços, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou pela isenção completa. Depois de Lula vencer as eleições, Haddad criticou a isenção de impostos sobre combustíveis, afirmando que os tributos voltariam no governo petista. Logo no início do ano, porém, Lula editou uma MP colocando um período de transição para a reoneração. Segundo o texto, a cobrança sobre gasolina e álcool voltaria em março, enquanto o diesel seguiria desonerado até o final do ano.