Mesmo com turbulência internacional há espaço para baixar juros, diz HaddadFabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Mesmo com turbulência internacional há espaço para baixar juros, diz Haddad
O ministro afirmou ainda que as projeções de inflação continuam "bem comportadas" no País
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (13), que vê espaço para reduzir os juros no Brasil, mesmo diante de um cenário internacional "turbulento". Ele se referiu ao aumento global dos juros e à quebra do Silicon Valley Bank (SVB) nos Estados Unidos.
"Hoje, eu diria que há pouco espaço para aumento da taxa de juros no mundo, e diria que tem uma 'gordura' no Brasil que permite a nós - tomando as providências que estão sendo tomadas, e que vêm sendo reconhecidas pelo Banco Central nas atas que ele divulga -, penso que nós temos um espaço que o mundo não tem", afirmou o ministro.
Haddad defendeu que o sistema bancário brasileiro é robusto do ponto de vista da governança e regulação interna e cumpre "com folga" os acordos internacionais. Ele lembrou que a solidez desse sistema contribuiu para que o País atravessasse com mais tranquilidade a crise financeira de 2008.
"Se a gente harmonizar a política fiscal e monetária, nós conseguimos ancorar e navegar em mares internacionais revoltos, porque a nossa condição, na minha opinião, garante isso", disse ele, durante evento organizado pelos jornais Valor Econômico e O Globo.
Haddad afirmou ainda que as projeções de inflação continuam "bem comportadas" no País, mesmo com a reversão do que chamou de "medidas demagógicas" do ano passado, como a desoneração de combustíveis. Hoje, as medianas do relatório de mercado Focus mostraram que as expectativas do mercado para o IPCA estão em 5,96% em 2023, 4,02% em 2024 e 3,80% em 2025, acima do centro da meta em todos os anos.
O ministro criticou ainda o fato de o Brasil trabalhar com um sistema de metas que funciona com base no ano-calendário, que, segundo ele, limita o espaço para que o Banco Central acomode choques. Ele disse ainda que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai se deparar com um limite do quanto pode subir os juros sem desorganizar a economia dos Estados Unidos.
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