Ministro da Fazenda, Fernando Haddad Antonio Cruz/Agência Brasil
O ministro disse que repassará as constatações sobre o tom do comunicado do Copom nas próximas reuniões institucionais com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Apesar das divergências com a autoridade monetária, Haddad disse que a relação entre o Ministério da Fazenda e o BC deve ser de harmonia e que continuará a ser pautada pela institucionalidade.
"Falei em harmonia desde a primeira entrevista e vou continuar perseverando com esse objetivo. Nunca faltei com respeito com diretor ou com presidente do Banco Central", afirmou Haddad.
Na avaliação de Haddad, os juros altos travam o crédito. O ministro reiterou que a pasta enviará, em abril, medidas para estimular a concessão de empréstimos. "Devemos mandar ainda em abril para a Casa Civil um conjunto de medidas para melhorar o ambiente de crédito", declarou.
O texto menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal em elaboração pelo governo, mas elogia a recente reoneração parcial da gasolina e do etanol.
"Por um lado, a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo. Por outro lado, a conjuntura, marcada por alta volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação às metas em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária", destacou o comunicado.
"O comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado", encerrou o texto.
Segundo Haddad, o Brasil está numa situação diferente das principais economias internacionais, o que não justifica um aumento da taxa Selic neste momento, mesmo com o Federal Reserve (FED, Banco Central norte-americano) tendo elevado os juros básicos em 0,25 ponto porcentual nesta quarta-feira, 23.
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