Carlos Lupi, ministro da Previdência SocialAFP

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse nesta terça-feira (28) que não vai desistir da redução da taxa de juros do crédito consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) .

Em derrota para Lupi, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou a elevação do teto dos juros de 1,70% para 1,97%, após determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde que o ministro decidiu reduzir a taxa, há 14 dias, o empréstimo foi suspenso por mais de uma dezena de bancos, que agora, com a nova alíquota, retomam a concessão. Perguntado pelo jornal EXTRA se havia o que comemorar, Lupi respondeu: "Não, mas continuo na luta".

Segundo interlocutores, Lupi saiu da reunião abatido. No dia em que os bancos suspenderam o crédito consignado, ele se mostrou indignado e classificou a atitude como "chantagem".

A ideia do ministro ao reduzir os juros era que Caixa e Banco do Brasil absorvessem o mercado, no entanto, os bancos públicos não teriam condição de lidar com a alta procura.

A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, disse que a medida pegou o banco de surpresa.

“Nós suspendemos o consignado do INSS porque nós nem sabíamos com antecedência que essa medida de baixar taxa de juros seria tomada. A Caixa não pode fazer uma operação que dê prejuízo, têm normas do Banco Central que impedem esse tipo de operação”, declarou.
Desde que a nova taxa foi definida, pelo menos 5 bancos anunciaram a retomada da oferta do crédito.

Fim do impasse
O CNPS aprovou nesta terça-feira (28) o aumento do teto dos juros do crédito consignado para beneficiários do INSS para 1,97% ao mês, após a taxa ser definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais cedo, em reunião com ministros. Já os juros do cartão consignado subiram para 2,89%.

O empréstimo consignado do INSS está suspenso em diversos bancos há quase duas semanas, desde que a taxa máxima de juros caiu de 2,14% ao mês para 1,70% ao mês, também por decisão do CNPS.
"Nós recuamos no que nós tínhamos proposto inicialmente [1,70%]. Continuo achando a taxa alta, mas a gente tem que fazer o que é possível, nem sempre o que a gente quer", disse o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, ao sair da reunião do CNPS.
"Não é possível que depois de nós mostrarmos claramente o recuo pela pressão que eles fizeram, saindo do mercado, que eles vão jogar dinheiro pela janela. Não vão, eu tenho certeza disso", declarou o ministro, preocupado com a retomada da oferta.