FMI destaca as dificuldades das nações menos ricas para acessar linhas de créditoSaul Loeb / AFP / CP

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a instituição cortou suas projeções para o crescimento de países de baixa renda. Agora, as estimativas mostram disparidade maior nas taxas necessárias para alcançar economias desenvolvidas.
Segundo Georgieva, países de baixa renda precisariam de financiamento adicional em torno de US$ 440 bilhões até 2026, para acelerar o crescimento e retornar à convergência de renda com economias avançadas. Entre os desafios enfrentados por estas nações, ela ressalta as mudanças no cenário de crédito - que dificultam a negociação de dívidas — e a fragmentação geopolítica.
"Isso ameaça reverter a longa tendência de décadas de convergência estável nos padrões de vida", destaca Georgieva. "Sem ações urgentes e mais suporte, existirão poucas chances dos países de baixa renda recuperarem o avanço perdido".
Em artigo antecipando o "Spring Meetings" do FMI, evento a ser realizado em abril, Georgieva defende a necessidade de maior apoio internacional, simultaneamente a ações de reformas domésticas para impulsionar crescimento, fortalecimento das finanças públicas e aumento da renda para atender as necessidades financeiras.
Nações ricas podem assistir às mais pobres por meio da combinação de recursos e financiamento conjunto de instituições como o FMI, Banco Mundial e outras agências multilaterais, aponta Georgieva. Outra opção seria a criação de programas bilaterais de desenvolvimento entre os países.