O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo , indicado para a diretoria de Política Monetária do Banco Central disse na quarta-feira, 10, em entrevista à "BandNews", que não irá "forçar" uma redução na taxa básica de juros, a Selic, isso porque as projeções do mercado já apontam queda da taxa no segundo semestre.
A fala destoa do discurso do governo, que cobre redução "imediata" do atual patamar de 13,75% ao ano, maior índice desde novembro de 2016.
Galípolo ainda precisa ser aprovado pelo Senado, mas diz que, desde o início, o governo Lula vêm trabalhando para aprimorar o cenário econômico e fiscal a fim de proporcionar uma redução nos juros.
"Já está na curva do mercado uma expectativa de que possam existir cortes (dos juros) no segundo semestre. Se amanhã houver a entrada de outro diretor e, alguns meses depois, ocorrer algum tipo de alteração na taxa de juros, seria até leviano e equivocado do ponto de vista do que está ocorrendo se arvorar de que foi resultado disso", acrescentou.
Segundo ele, a orientação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é harmonizar a política monetária com a fiscal. A indicação do seu nome seria um facilitador nesse processo, aumentando o diálogo entre o BC independente e o governo federal.
"Se a gente olhar para a história do Brasil mais recente, é muito comum que se utilize a política fiscal para compensar a política monetária e vice-versa", disse. Galípolo ressaltou ainda que uma política monetária mais restritiva atrapalha a economia e não é um jogo de soma zero.
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