A rainha dos Países Baixos, Máxima Zorreguieta, visita uma escola pública que participa, desde 2020, do Aprender Valor, programa de educação financeira do Banco CentralFoto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Em resposta, a rainha falou sobre o papel dos estudantes como agentes multiplicadores de conhecimentos sobre finanças. Ela destacou que o dinheiro poupado permite realizar desejos de compras, ter crédito e oferece segurança, em caso de imprevistos.
"O maior desafio de todos é convencer vocês, que são o futuro, a ter essa inclusão financeira e poupar. Porque, quando você tem a inclusão financeira, as compras acabam sendo fáceis. Mas é muito importante você guardar dinheiro para o futuro para poder, realmente, seguir os sonhos no longo prazo", disse Máxima.
Desde 2009, a rainha é assessora especial da Secretaria-Geral das Nações Unidas (ONU) para o Financiamento Inclusivo para o Desenvolvimento, por meio da educação, e a democratização bancária para melhorar a vida das pessoas. Máxima, que está no Brasil pela segunda vez, já visitou representantes de fintechs (empresas que introduzem inovações tecnológicas nos mercados financeiros), pequenos empreendimentos comerciais. Ontem (6) ela foi recebida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Aprender Valor
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, acompanhou a visita da rainha à escola de Brasília. Campos Neto detalhou como o Aprender Valor vem sendo aplicado. “Buscamos estimular crianças e jovens a refletir sobre suas prioridades e planejar seu futuro, no curto, médio e longo prazos, além de tomar decisões conscientes, compreendendo os benefícios do hábito de poupar e os prós e contras do uso do crédito.”
Escolas da rede municipal e estadual de ensino que desejam aderir ao programa podem consultar online os procedimentos para cadastro na plataforma digital.
Democratização bancária
Brasileiros
Entre os adultos, 46,2% tinham poupança. Destes, 25,4% mantinham poupança por meio de conta formal e 6,2% usaram uma modalidade semiformal, como grupos de poupança ou conta de pessoa de fora da família.
Fora do sistema bancário, havia 27 milhões de adultos e 58,8% relataram pedir empréstimos. Destes, 41,3% fizeram empréstimos formalmente e 24,7% pediram dinheiro emprestado a familiares ou amigos.
O uso de meios digitais de pagamento aumentou para 76,5% dos adultos em 2021 – em 2017, o total era de 57,9%.
As contas em plataformas de dinheiro móvel (mobile money) saltaram de 4,8% (2017) para 27% em 2021. Em geral, os usuários de tais contas têm acesso a celular, mas não têm conta bancária;
Outra pesquisa apresentada pela secretaria da ONU foi sobre o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB - 2022), elaborada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com apoio técnico do BC, que indicou nível relativamente baixo de saúde financeira dos brasileiros, o que sugere que os adultos costumam ter problemas para administrar as despesas do dia a dia; não conseguem poupar para metas de longo prazo; têm resiliência financeira limitada e que falta confiança financeira com relação ao futuro.
A pesquisa da Febraban mostra que, em 2022, 34,2% dos entrevistados gastavam mais do que ganhavam; apenas 19,8% conseguiriam arcar uma despesa grande e inesperada; e 56,4% afirmaram que as finanças são motivos de estresse na vida familiar.
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