O engenheiro químico Cristiano Pinto da Costa entrou na Shell como estagiário em 1996Divulgação
Presidente da Shell Brasil diz que negativa do Ibama sobre Margem Equatorial desanima
Segundo Cristiano Pinto da Costa, a exploração do local é um dos debates mais importantes do país do ponto de vista de política energética
O presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, disse nesta quinta-feira, 15, que a negativa do Ibama à Petrobras para o início da exploração na Margem Equatorial no litoral do Amapá "desanima" o setor, porque havia expectativa positiva sobre a obtenção da licença ambiental.
Na avaliação do executivo, "está na hora" de o Brasil avançar sobre outras bacias sedimentares, para além de Campos e Santos. Mas, segundo ele, é preciso que o País tome uma decisão estratégica sobre ir ou não nessa direção. Costa falou a jornalistas durante o lançamento do Centro Virtual de Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono da Coppe/UFRJ, na sede da universidade, na zona norte do Rio de Janeiro.
"(A negativa do Ibama) desanima um pouco, porque a expectativa era diferente. Mas acho que a conversa entre diferentes setores com a indústria e a sociedade é que vai levar a uma decisão", disse o presidente da Shell no Brasil.
Embora a Shell concentre suas atividades nas bacias do Sudeste (Campos, Santos e Espírito Santo) e não tenha planos de E&P de curto prazo para o Norte do País, Pinto da Costa disse que a companhia anglo-holandesa acredita no potencial geológico da Margem Equatorial, província que vai do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte.
"Temos 25 bacias exploratórias no Brasil, duas muito bem exploradas: Campos e Santos, que geraram receita, empregos e royalties. Acho que está na hora de o Brasil olhar outras bacias exploratórias além dessas", disse.
"Nós acreditamos no potencial geológico (da Margem), mas é preciso decidir se o Brasil quer ir nessa direção. Se quiser, a Shell vai olhar e decidir depois especificamente se faz sentido técnica e economicamente participar", afirmou Pinto da Costa.
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