Ministro da Fazenda, Fernando HaddadRovena Rosa/Agência Brasil
"A reforma tributária é um pressuposto, na minha opinião, de a gente dar um passo na sustentabilidade fiscal do país", declarou o ministro no seminário "Reforma Tributária: a hora é agora", organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Haddad voltou a defender o corte de gastos tributários, o que, para ele, é uma "obrigação constitucional". "Cada vez que se abre uma exceção tributária, o Judiciário a interpreta e você não sabe onde vai parar", declarou o ministro.
De acordo com o chefe da Fazenda, a reforma tributária poderá reduzir as alíquotas sobre consumo ao longo do tempo.
Fundo Regional
O ministro da Fazenda afirmou ainda que é possível ter um fundo de desenvolvimento regional para garantir a aprovação da reforma tributária. Para o ministro, a ideia do fundo "se paga" com o tempo em razão do crescimento econômico que viria com as mudanças no sistema de cobrança de impostos.
Haddad não quis antecipar o valor que será destinado pelo governo federal ao fundo e reiterou que alternativas à proposta estão à mesa. "O valor do fundo não será impeditivo, mas é claro que haverá limites", ressaltou o chefe da Fazenda.
Ele afirmou que chamar o sistema tributário brasileiro atual de "sistema" é um elogio. "Não tem nada de sistemático, atrapalha a vida dos empresários e governantes, não têm segurança jurídica", disse o ministro.
Haddad voltou a dizer que o Brasil só tem um potencial de crescimento baixo porque está desorganizado. "Se nos organizarmos, esse país não tem como crescer pouco, sobretudo nesta quadra histórica que a geopolítica nos favorece".
Expectativa
A expectativa é de que o relatório da reforma tributária seja divulgado na quinta-feira, 22, quando a cúpula da Câmara dos Deputados terá reunião com os governadores.
Segundo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), o encontro tratará de "acomodações e possíveis mudanças no relatório". "Esperamos que a fonte e valor do fundo regional sejam resolvidos com governadores. Se essa questão não for resolvida, teremos outras alternativas", acrescentou.
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