Itens da cesta básica não tiveram impostos isentados no texto preliminar da reforma tributáriaReprodução
Supermercados criticam reforma tributária por não isentar cesta básica
Associação diz que um comitê técnico formado por empresários, líderes setoriais, economistas e contadores está analisando o texto apresentado na Câmara
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) emitiu uma nota nesta sexta-feira, 23, criticando o fato da versão preliminar da reforma tributária não prever a isenção de impostos a alimentos da cesta básica. De acordo com a entidade, esse aspecto foi recebido "com surpresa".
"A entidade considera o tema uma necessidade de primeira ordem que precisa ser analisada de forma mais aprofundada nos debates sobre o sistema tributário brasileiro. A reforma em discussão no Congresso não pode prejudicar justamente os consumidores que mais serão impactados em caso de aumento da tributação de itens da cesta básica", defendeu a Abras.
No texto preliminar apresentado na quinta-feira, 22, pelo relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), estão previstas três alterações para o novo sistema de tributação brasileiro.
Como prevê o projeto, haverá uma alíquota padrão, com percentual a ser discutido em lei complementar, uma reduzida em 50% e uma alíquota zero. Os itens da cesta básica foram incorporados na alíquota reduzida — apenas medicamentos, Prouni e produtor rural pessoa física terão isenção de impostos.
A Abras afirma que um comitê técnico formado por empresários, líderes setoriais, economistas e contadores está analisando o texto apresentado na Câmara dos Deputados a fim de dar um posicionamento mais completo sobre a reforma tributária.
"A partir deste trabalho, a Abras também irá elaborar sugestões e propor melhorias ao projeto a serem apresentadas aos parlamentares por meio de emendas substitutivas", afirma a entidade.
Nesta quinta, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a versão preliminar existe "para que todos possam criticar", e que estados, municípios e setores da economia ainda serão ouvidos antes da redação do texto final, que irá para votação em plenário no início de julho.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.