Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur LiraReprodução/Agência Brasil
Haddad ainda disse acreditar na votação do projeto que retoma o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), para destravar a pauta e liberar a conclusão da análise do novo arcabouço fiscal.
"Eu estava otimista (com a tributária) e pregando uma votação expressiva, porque foi feita muita negociação. O que eu senti é que as pessoas estavam genuinamente abertas ao diálogo, porque sabem da importância da reforma tributária pro Brasil. O Brasil tem um dos gargalos do nosso sistema tributário para o desenvolvimento, aumento da produtividade do trabalho, segurança jurídica para investimentos nacionais e estrangeiros. Eu penso que nós vamos entrar numa fase boa", afirmou o ministro.
"Quase quatrocentos votos é muita coisa em um tema tão delicado quanto este. Imagino o esforço espiritual de cada um de nós pra atingir esse objetivo", completou.
Haddad contou que ligou para Lira após a votação e destacou o papel do alagoano para o avanço da proposta, assim como da equipe de Bernard Appy, secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério.
As sinalizações que o ministro recebeu dos senadores foram positivas. Haddad disse ter recebido ligações que já indicariam o caminho para aprovar o texto no Senado após o recesso parlamentar. Ele atribuiu isso ao trabalho do relator Aguinaldo Ribeiro, que já acolheu demandas dos senadores e pontos que constavam na PEC 110, que tramitava naquela Casa.
Questionado sobre as alterações no texto, Haddad mencionou a inclusão dos critérios de governança para o Conselho Federativo, que fará a gestão do impostos a ser repartido entre Estados e municípios. "Quando você tem uma arrecadação centralizada é tudo muito mais automático, você não tem grandes deliberações a serem tomadas pelo conselho federativo. É mais uma regulação", pontuou e fez um paralelo com o Fundeb, avaliando que a polêmica sobre o tema não vai durar.
O ministro ainda sinalizou que gostaria que o projeto do Carf fosse votado hoje, mas ponderou que não sabe se haverá tempo. Para ele, seria importante destravar a pauta para liberar a análise do arcabouço fiscal. Haddad avalia que já há consenso sobre os dois textos e é só uma questão de agenda para a votação
O ministro ainda destacou o avanço de outros projetos econômicos, como o marco das garantias e a lei dos seguros.
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