Congresso Nacional, em Brasília-DFAntônio Cruz/Agência Brasil
Um dos principais assuntos a serem discutidos na reunião entre Haddad e Pacheco é quem será o relator da reforma tirbutária no Senado. Para o governo, o ideal é a escolha de um senador que não promova mudanças no texto - se forem realizadas alterações, a matéria precisa voltar para a Câmara, atrasando sua aprovação.
Tramitação da reforma tributária no Senado
Após aprovação do texto na Câmara, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso, disse que a tramitação no Senado será rápida, com votação antes de novembro.
"A disposição do presidente Pacheco é de que ela seja célere: rápida designação de relator, dois ou três debates, no máximo, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), apreciação na CAE, e votação [no plenário] antes de novembro", afirmou à TV Senado.
Já o senador Izaici Lucas (PSDB-DF), afirmou que a tramitação será "razoável" para que outros projetos da Casa relacionados à reforma tributária possam ser apensados à PEC 45/2019.
Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado, afirmou que a oposição ao governo pedirá mudanças no texto da reforma, o que pode atrasar sua tramitação. "A oposição está pronta para chamar em audiências públicas, pedir os estudos da Receita Federal sobre os impactos tanto sobre arrecadação da Receita quanto sobre o cidadão, o contribuinte", afirmou à TV Senado.
Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse, em publicação nas redes sociais, que o grupo continuará "trabalhando para fazer as alterações e os aperfeiçoamentos necessários para que a reforma tributária seja justa e eficiente".
Oposição
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que Tarcísio não tem experiência política, e criticou o que ele chamou de "reforma do PT". Depois da briga, ambos deram declarações minimizando o ocorrido e dando indícios de que estão resolvidos.
Mesmo após o PL ter orientado que os deputados da legenda votassem contra o texto, 20 deputados do partido apoiaram a reforma em primeiro turno e 18 votaram de forma favorável ao texto em segundo turno.
Em publicação nas redes sociais, Rogério Marinho minimizou divisões na oposição. "Neste momento em que o processo de discussão na Câmara se exauriu, muitos torcem para que haja uma desunião em nosso campo", afirmou.
"O presidente Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas, os demais governadores, prefeitos, além de deputados e senadores que representam a oposição no Parlamento brasileiro continuarão a tratar do tema com a responsabilidade, o cuidado e o compromisso que ele requer. Por ocasião da discussão no Senado da República, iremos propor mudanças que, de fato, façam com que o custo da transição do atual sistema recaia sobre aqueles que, efetivamente, podem contribuir mais ou que não são tributados — apesar de terem condições para sê-lo", escreveu.
O que pode mudar na reforma tributária?
O Conselho Federativo será composto por representantes dos estados, municípios e do Distrito Federal. Da forma como a reforma tributária passou na Câmara, estados mais populosos têm vantagens sobre os demais, o que pode mudar no Senado.
Além dessa mudança, os senadores também querem discutir os impactos práticos da reforma tributária. A oposição já sinalizou que vai pedir estudos por parte do governo, além de pedir para que o Senado faça audiências públicas com especialistas.
Votação da reforma tributária no Senado
Antes mesmo da aprovação na Câmara, o presidente do Senado já havia dito que a reforma tributária está madura. "Eu confio muito na obviedade sobre a necessidade da reforma tributária. Não se há mais que argumentar que é preciso amadurecer um pouco mais. De tão madura ela já está na hora de ser apanhada do pé", declarou durante um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) disse que o Senado terá liberdade para discutir o texto, mas que espera que a "espinha dorsal" da reforma tributária seja mantida. Ele afirmou, porém, que imagina que a Casa fará alterações e devolverá o texto à Câmara.
"Esperamos que o Senado possa votar e, certamente, deverá voltar à Câmara e, nesse meio tempo, as conversas vão se afinando e as Casas, em comum acordo, vão construindo um consenso", afirmou à imprensa após a votação da reforma na Câmara.