Presidente Lula e Geraldo AlckminRicardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (12) que sugeriu ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que o governo lance um programa para baratear eletrodomésticos.

"Falei com o Alckmin: que tal a gente fazer uma aberturazinha para linha branca outra vez? Facilitar a compra de geladeira, televisão, máquina de lavar roupa. As pessoas de quando em quando precisam trocar seus utensílios domésticos. Quando a geladeira velha está batendo, não está gelando a cerveja bem, e está gastando muita energia, você tem que trocar. E, se está caro, vamos tentar baratear, vamos encontrar um jeito", afirmou o presidente, durante discurso no evento de retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, no Palácio do Planalto.

Em seu segundo mandato como presidente, em 2009, Lula reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos por alguns meses. O novo programa, sugerido pelo presidente a Alckmin, pode ser similar ao realizado no último mês para baratear carros.

"Nós fizemos uma coisinha pequena, reduzimos um pouquinho o preço dos carros. O que aconteceu? A gente vendeu mais carros do que teve capacidade de produzir no período", disse Lula, afirmando que este tipo de programa é importante para que as pessoas consumam e a economia volte a girar.

Dirigindo-se à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, Lula pediu ajuda para viabilizar os descontos. "Simone, você e o Aloizio [Mercadante, presidente do BNDES] abram a mão um pouquinho para a gente poder facilitar a vida desse povo que quer ter acesso às coisas".

Desenrola
Em sua fala, Lula acrescentou que é necessário que a população consuma "de forma responsável", a fim de não entrar em dívidas. O presidente disse, ainda, que o Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo federal, começará a operar nos próximos dias.

Lançado no início de junho pelo Ministério da Fazenda, o programa teve suas regras definidas no final do mês, mas ainda não está em operação. A ideia é que a população possa negociar dívidas de até R$ 5 mil com diversos credores. 70 milhões de brasileiros devem ser beneficiados pelo Desenrola, que contará com a participação dos principais bancos.

"O Desenrola tem que dar certo, porque se não der certo quem vai estar enrolado somos nós, Simone", brincou Lula, se dirigindo novamente à ministra Simone Tebet. "Nós temos a obrigação de estender a mão para essa gente [endividados] e trazer essa gente outra vez para a atividade econômica brasileira, para poder consumir", declarou o presidente.