Preços das passagens aéreas tiveram queda acentuadaPaulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Esses resultados foram fortemente influenciados pela queda de 21,13% das passagens aéreas. Se retirado apenas este item da cesta, a “inflação das férias” sobe para 3,77% e a “inflação de inverno” para 3,63%, ligeiramente acima da inflação geral computada pelo IPC-DI, que ficou em 2,23%. No mesmo período do ano passado, essa mesma cesta acumulava 37,44% de aumento em 12 meses, enquanto a inflação geral era de 10,30%.
Esse período de julho é a época de férias escolares, e justamente o grupo de serviços de entretenimento e turismo foi o principal ponto de descompressão na inflação de inverno. As passagens aéreas, que tinham visto seu preço mais do que dobrar de 2021 para 2022 (acumulado de 143,72% no período), passaram a apresentar a maior deflação da cesta.
Peçanha conta que o custo de se manter aquecido nesse inverno também está desacelerando, seja com bebidas quentes, que tiveram ligeira deflação, graças, sobretudo, ao café com leite, ou tomando aquele banho quentinho, com o ritmo de aumento do gás encanado freando significativamente em relação ao ano passado.
Pelo lado dos produtos, a cesta de itens têxteis teve um aumento médio de 7,30%, enquanto os medicamentos subiram em média 6,71%, ambos demonstrando desaceleração em relação ao ano passado.
Para o economista da FGV IBRE Matheus Peçanha, os números dessa cesta de inverno são reflexo genuíno do processo desinflacionário que a economia brasileira vem experimentando. “Os custos de diversas matérias-primas têm caído consistentemente mês após mês, desde o final do ano passado. Esse processo de repasse para o consumidor final até demorou para engrenar, mas acabou acontecendo especialmente a partir do segundo trimestre, e a tendência é que esse processo se aprofunde ao longo do ano”, explicou.
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